Redação Pragmatismo
Injustiça 05/Out/2016 às 15:18 COMENTÁRIOS
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Por que Gilmar Mendes persegue Monica Iozzi?

Publicado em 05 Out, 2016 às 15h18

Entenda por que o processo do ministro Gilmar Mendes contra a atriz Monica Iozzi é um típico caso de perseguição judicial

Gilmar Mendes Monica Iozzi
Monica Iozzi e Gilmar Mendes

Edmundo Leite, Estadão. via DCM

A condenação da atriz Monica Iozzi a pagar R$ 30 mil ao juiz Gilmar Mendes, da mais alta corte jurídica do País, é o mais novo caso de perseguição judicial do Brasil. Valendo-se do direito que todos têm de recorrer ao judiciário, alguns membros desse poder abusam da prerrogativa com o claro objetivo de calar e amedrontar críticos.

A estratégia é bem conhecida nos meios jurídicos. Processa-se alguém por qualquer motivo e transforme a vida de outra pessoa num inferno burocrático, mesmo sabendo que a causa poderá ser perdida mais adiante. Sem forças para lutar contra tal arbítrio, é comum que pessoas seguras de sua inocência entrem em acordo com a parte processante apenas para se livrar do martírio.

Recentemente, juízes do Paraná entraram com várias ações judiciais em vários cidades diferentes contra repórteres de um jornal para azucrinar a vida dos jornalistas que publicaram os seus super-salários, obrigando-os a uma rotina de viagens para depor.

Quem está no meio judiciário leva vantagem nessa prática por conhecer seus meandros e atalhos, como é o caso de Gilmar Mendes, que aparentemente conta com uma eficiente estrutura para monitorar o que é dito sobre ele e tacar processos, que no seu caso correm rapidamente, como esse contra a atriz conhecida por sua irreverência e espírito crítico.

Evocando a liberdade de expressão que ajuda a tolher, um juiz de instância inferior a de Mendes proferiu uma decisão três meses e 20 dias depois de o processo ser protocolado no Tribunal de Justiça de Brasília.

VEJA TAMBÉM: Livro que mostra conversa entre William Bonner e Gilmar Mendes é censurado

Tirando a questão jurídica, é desolador que um um juiz do Supremo Tribunal Federal não saiba lidar com críticas ao seu trabalho de servidor público e, sabedor que é do número de processos desnecessários que contribuem para a ineficiência do Judiciário, abra mais um processo e ainda seja atendido mais rapidamente que os demais brasileiros que tem causas legítimas para serem julgadas.

Mas já que é assim, que Monica Iozzi recorra dessa decisão até a última instância, da qual Gilmar faz parte, e que o caso seja julgado por seus pares das cadeiras amarelas. Será uma grande oportunidade para o País avaliar a justeza de seus juízes.

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