Redação Pragmatismo
Saúde 20/Jul/2016 às 16:08 COMENTÁRIOS
Saúde

Menina de 14 anos com doença rara opta pela eutanásia

Publicado em 20 Jul, 2016 às 16h08

Jovem de 14 anos com doença degenerativa vive em uma cadeira de rodas e passa metade dos seus dias ligada a um ventilador que assegura sua respiração. Após dezenas de cirurgias e de polêmicas familiares, Jerika Bolen tomou a difícil decisão de optar pela eutanásia

Jerika Bolen eutanásia menina 14 anos
A jovem Jerika Bolen decidiu pela eutanásia: desligar os aparelhos que a mantêm viva

A adolescente Jerika Bolen, de 14 anos, moradora da cidade de Appleton, em Wisconsin (EUA), sofre de uma doença genética incurável chamada Atrofia Muscular Espinhal tipo 2, e decidiu que está pronta para morrer. Os aparelhos que mantêm a menina viva deverão ser desligados em agosto. As informações são do Daily Mail.

Jerika foi diagnosticada com a doença aos oito meses de idade, e, com o passar dos anos, a condição dela foi piorando e hoje a jovem consegue mexer apenas as mãos e a cabeça, de forma limitada.

Desde bebê, ela já passou por mais de 30 procedimentos cirúrgicos e, atualmente, só está respirando pois passa pelo menos 12 horas por dia ligada a ventiladores. Além disso, a rotina de saúde da menina é intensa, já que ela vive cercada de enfermeiras e cuidados hospitalares durante todo o dia.

Jerika conta que sofre com dores num nível de sete a 10 em dias bons, e que isso já está começando a ser insuportável de lidar. Optar pela eutanásia não foi uma escolha fácil. Ela contou ao jornal local The Post-Crescent que se sentiu feliz e triste ao mesmo tempo ao tomar essa decisão, mas que agora está bem com isso. “Eu estou pronta agora, eu estou pronta há muito tempo, na verdade”, disse ao jornal.

A escolha pela eutanásia aconteceu após a última cirurgia que Jerika enfrentou, no ano passado, quando ela sentiu a maior dor da sua vida. A mãe da adolescente, Jen Bolen, que é mãe solteira, diz que a família procura dar uma vida o mais normal possível para a menina desde o diagnóstico.

Após a decisão da filha, Jen está concentrada em realizar seus últimos desejos, que consistem em assistir a um show de fogos com os avós, idas ao cinema e uma grande festa para comunidade.

“Se ela está em paz com isso, eu tenho que arrumar um jeito de estar em paz com isso também”, disse a mãe ao Post-Crescent. “Ela já enfrentou muitas coisas nesses 14 anos que a maioria dos adultos nunca irão enfrentar, ela já tem idade suficiente para decidir, é o corpo dela e a dor dela.”

A decisão de Jerika coloca em debate o delicado tema da eutanásia, escolha que o paciente ou a família podem tomar para antecipar a morte desse paciente em casos irreversíveis ou terminais, para que ele não continue sofrendo.

Nos Estados Unidos, o procedimento é permitido por lei em apenas cinco estados. No restante do mundo, a prática é autorizada amplamente por lei em apenas outros nove países, incluindo Uruguai e Colômbia na América do Sul. No Brasil, a eutanásia é ilegal e considerada antiética pelo código de medicina.

com catraca livre e jconline

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

COMENTÁRIOS