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“Conselho de Ética deveria se chamar Conselho de Estética”, diz Chico Alencar

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Após mais uma manobra de Eduardo Cunha, que conseguiu nesta quarta-feira destituir o relator do processo de sua cassação, Chico Alencar (PSOL-RJ) protesta: “Tudo que é decidido aqui que não for do agrado de Cunha é contestado. A situação é de fazer corar o monge de pedra”

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ)

Diante de mais uma manobra da Mesa Diretora para adiar, pela sexta vez, o julgamento que pode culminar com a cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou, nesta quarta-feira (9), que a situação “é de fazer corar o monge de pedra”.

Chico reagiu ao ofício assinado pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), e encaminhado ao Conselho determinando que o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), destituísse da relatoria o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que elaborou parecer pela continuidade do processo contra Cunha.

Para Chico, o colegiado deveria mudar o nome para “Conselho de Estética e Decoração”, diante das seguidas manobras que impedem o cumprimento de suas funções. “O mais sincero seria a Mesa fechar o próprio Conselho ou mudar seu nome para ‘Conselho de Estética e Decoração’”, ironizou o deputado, em sua conta no Twitter.

“Neste Conselho de Ética, às vezes me pego esperando o Serginho Malandro aparecer e dizer que tudo não passa de uma pegadinha. #Rá”, acrescentou o parlamentar.

Waldir, assim como Cunha, também é investigado na Operação Lava Jato. O autor do pedido de destituição do relator foi do deputado Manoel Júnior (PMDB-PB). “Tudo que é decidido aqui que não for do agrado de Cunha é contestado, é revertido online pela Mesa Diretora”, protestou Chico Alencar, pelo Twitter.

Unanimidade

Nesta quinta-feira, o Conselho de Ética decidiu arquivar, em decisão unânime, a representação apresentada contra o líder do Psol na Câmara, Chico Alencar (RJ), por suposta quebra de decoro parlamentar.

Os 16 parlamentares presentes à sessão do colegiado votaram a favor do parecer do relator, deputado Sandro Alex (PPS-PR), que recomendava o arquivamento da ação movida por Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força, aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Chico Alencar classifica a ação de Paulinho da Força como “revanchismo”, uma vez que o deputado do Psol é um dos apoiadores do pedido de cassação do mandato de Cunha em tramitação no Conselho de Ética e assinou denúncia contra Paulinho em 2008.

Após a votação Chico Alencar agradeceu aos colegas, inclusive ao autor de sua acusação. “Melhorou a minha popularidade”, ironizou o deputado, ao relatar o grande número de manifestações de apoio que recebeu “até mais do que durante o período da minha campanha”, completou, bem-humorado.

Por fim, o líder do Psol disse que a iniciativa de Paulinho da Força não intimidará o partido. “Nosso mandato vai ser exercido da mesma maneira de antes. Não há nenhuma perspectiva de intimidação”, garante.

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