Redação Pragmatismo
Xenofobia 18/Set/2015 às 16:39 COMENTÁRIOS
Xenofobia

A jovem que mobilizou 700 mil pessoas em defesa de Ahmed no Twitter

Publicado em 18 Set, 2015 às 16h39

Conheça a jovem que está por trás da campanha que apoiou o menino muçulmano preso por relógio confundido com bomba

Amneh Jafari campanha menino relógio
Amneh Jafari, a jovem que criou a campanha que apoiou menino muçulmano preso por relógio confundido com bomba

Uma universitária do Texas queria demonstrar seu apoio a Ahmed Mohamed, o garoto muçulmano de 14 anos que foi preso após o relógio que construiu e levou para o colégio ter sido confundido com uma bomba.

Vinte e quatro horas depois, a hashtag criada pela universitária havia dado início a um movimento que levou 700 mil pessoas a manifestarem apoio a Ahmed no Twitter.

O estudante havia levado o relógio caseiro para a escola de ensino médio MacArthur High School, em Irving, no Texas, para mostrá-lo a seu professor de engenharia. Mas outra professora viu a invenção e chamou a polícia. Ahmed foi interrogado, algemado e levado para um centro de detenção de adolescentes.

Mas ele não foi indiciado. A polícia, depois, reconheceu que a invenção de Ahmed não era perigosa.

Nas redes sociais, muitas pessoas disseram que a detenção foi injusta e motivada por preconceito. Eles usaram as hashtags #IStandWithAhmed (fico com Ahmed) para mostrar seu apoio.

A hashtag foi criada pela universitária Amneh Jafari, que escreveu: “Se o nome dele fosse John ele seria considerado um gênio. Como é Ahmed, ele foi rotulado de ‘suspeito’. #doublestandards (algo como ‘dois pesos e duas medidas’) #IStandWithAhmed.”

Jafari, uma estudantes de psicologia de 23 anos, na Universidade de Texas Arlington, disse ter ficado chocada com a detenção de um estudante tão novo em seu Estado.

Seu primeiro tuíte foi retuitado 501 vezes, quase duas vezes a quantidade de seguidores que ela tem no Twitter.

A garota é ex-presidente da associação de estudantes muçulmanos da universidade. Assim, discussões sobre sentimento anti-islâmico e discriminação religiosa eram tópicos familiares.

“As pessoas têm ideias equivocadas sobre muçulmanos. Fui para a associação para conhecer mais gente como eu.”

Ela esperava que sua hashtag destacasse a questão da discriminação e disse que foi uma boa surpresa descobrir que muitas pessoas, não apenas muçulmanas, estavam reproduzindo seu apoio a Ahmed.

“Senti que aquelas palavras tinham um forte significado. Não tem a ver apenas com Ahmed, mas podem seu usadas por qualquer pessoa que foi discriminada por causa de sua religião, sua raça ou seu nome.”

Repercussão global

O Google e o próprio Twitter usaram a hashtag ao convidar Ahmed para conhecê-los.

O presidente Barack Obama e Mark Zuckerberg também fizeram convites a Ahmed e o incentivaram.

Jafari ficou surpresa com a popularidade da hashtag.

“Pensei que iria chegar apenas a Dallas, não sabia que seria tão grande. É maravilhoso ver outras pessoas com a gente.”

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