Redação Pragmatismo
Direita 16/Jul/2015 às 09:49 COMENTÁRIOS
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“Direita brasileira quer criminalizar Dilma e Lula”, afirma Mujica

Publicado em 16 Jul, 2015 às 09h49

Mujica faz alerta para tentativa de golpe no Brasil. "Há uma dura, frenética e pensada campanha da direita que procura criminalizar a senhora presidente e o ex-presidente Lula, porque não podem aceitar a liderança de homens e mulheres que não são da sua entranha", afirmou o líder uruguaio

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Mujica afirma que extrema-direita brasileira promove campanha para criminalizar Dilma e Lula (Imagem: Roberto Stuckert Filho/PR)

O ex-presidente do Uruguai José Mujica disse nesta terça-feira (14) em seu programa de rádio que a extrema direita brasileira promove uma campanha para “criminalizar o PT porque não pode aceitar a liderança de homens e mulheres que não são da sua entranha”.

“Há uma dura, frenética e pensada campanha da extrema direita que procura criminalizar o PT, a senhora presidente (Dilma Rousseff) e Lula”, opinou Mujica, que acrescentou que essa conjuntura lembra a época de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954), “esse grande presidente da história do Brasil”.

O ex-presidente assinalou que essa campanha de “criminalização começou há mais de dois anos, e usa toda a artilharia possível, naturalmente tendo como ponta de lança os grandes meios de comunicação que estão ao seu serviço”.

Para ele há um Brasil “conservador, reacionário, que pensa com um selo paulista como se São Paulo fosse uma nova metrópole, e que como tal o resto do país deve se subordinar”.

Nesse contexto, Mujica classificou como natural que se queira “obscurecer a façanha” que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva significou porque “esse ranço capitalista do Brasil imperial não pode aceitar a liderança de homens e mulheres que não são de sua entranha, mas definitivamente tendem a ser e representar as imensas maiorias”.

“Tirar 40 milhões de cidadãos da miséria. É isso o que significou o governo do PT e principalmente o impulso de Lula, assinando talvez em termos quantitativos a maior façanha da história econômica da América Latina, se por façanha se entende como vivem as pessoas e não simplesmente números, papéis”, avaliou.

Além disso, Mujica sustentou que a política de inclusão social realizada pelo governo petista no Brasil desde 2003 não foi suficiente porque ainda há “diferenças internas avassaladoras que conseguiram diminuir, mas só diminuir”, e afirmou que ainda há “muito pela frente”.

“Este dilema político que está colocado hoje definirá a sorte de milhões de brasileiros que, conscientes ou não, ainda sofrem discriminação de caráter econômico nesse país continental, tão rico e tão importante para o resto dos latino-americanos”, ressaltou.

No final dos quase 10 minutos que dedicou a este tema na rádio local “M24”, o ex-presidente uruguaio disse que “está com aqueles que dentro do Brasil lutam pela igualdade, pelo desenvolvimento, por compartilhar a riqueza, por fazer crescer a justiça social e por multiplicar a irmandade entre os povos latino-americanos”.

“O outro é uma lição imperial que já conhecemos e naturalmente não podemos ser neutros”, concluiu.

VEJA TAMBÉM: A herança progressista de Mujica no Uruguai

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