Redação Pragmatismo
Polícia Militar 05/Mai/2015 às 11:43 COMENTÁRIOS
Polícia Militar

Ex-PM diz que não se arrepende de ter agredido mulher em banco

Publicado em 05 Mai, 2015 às 11h43

“Não bate arrependimento até hoje. Tenho a certeza de que cumpri o meu dever”. Luiz Fabiano de Aquino foi exonerado da PM após a divulgação do vídeo que flagrou a violenta agressão. A própria corporação repudiou sua atitude: “conduta inadmissível”

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Soldado que atirou cliente de banco no chão foi exonerado pela PM (Imagem: Pragmatismo Político)

O policial militar flagrado agredindo uma cliente em uma agência do Banco do Brasil em São Paulo foi exonerado pela corporação. O incidente foi registrado em agosto do ano passado mas só agora divulgado e, consequentemente, difundido nas redes sociais.

Luiz Fabiano de Aquino, mais conhecido como Soldado Aquino, autor da agressão contra uma mulher identificada como Cláudia Viera Moss, diz que não se arrepende dos seus atos. “Fiz o certo”, afirmou.

Cláudia teria ficado presa na porta giratória da agência bancária por possuir um pedaço de metal em um dos braços. Ela explicou que mostrou a bolsa várias vezes, mas nem assim a sua entrada foi liberada.

A Polícia Militar foi acionada para permitir o acesso à cliente, mas o que se viu na gravação [vídeo abaixo] não foi exatamente isso.

Soldado Aquino e Cláudia discutiram por algum tempo. O PM perdeu a cabeça e chegou a atirar violentamente a mulher no chão. “Eu estou lhe dando uma ordem!”, grita a policial. Aquino é criticado por testemunhas da ação, enquanto há quem apoie a atitude do PM.

“Eu posso utilizar de força! Eu te chamei dez vezes…”, diz o PM durante a ação, tão logo a cliente se retira da agência.

Sem arrependimento

“Fiz apenas o meu dever”, disse Aquino em recente entrevista. De acordo com Aquino, Cláudia “cometeu um crime ao desobedecê-lo”. Ele tentou justificar a agressão: “ela caiu acidentalmente”.

O ex-policial também acredita que a vítima cometeu um segundo crime: impedir o direito de ir e vir das pessoas, já que permaneceu parada diante da porta giratória durante cerca de meia hora.

Aquino não fala em arrependimento. “Não bate arrependimento até hoje. Tenho a certeza de que cumpri o meu dever”, alegou. “O policial deve escalonar a forma de atuar, da forma mais branda para a forma mais forte. Primeiro grau é a presença policial. O segundo grau é a verbalização. Já o terceiro grau é o contato físico. Foi até onde chegou”, considera.

Cláudia rebateu as declarações do ex-PM. “Como me recusasse a sair do banco, fui arrastada e jogada com violência contra a parede de vidro, caindo ao chão. Enfim. Hematomas por todo lado e o brio no chão”, escreveu.

A Polícia Militar reprovou a atitude de Aquino. “A conduta do policial militar é inadmissível. O policial militar que aparece na filmagem foi exonerado”, informou em nota a corporação.

Vídeo do incidente:

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