Redação Pragmatismo
Polícia Militar 26/Fev/2015 às 14:16 COMENTÁRIOS
Polícia Militar

Celular registra últimos momentos de jovem assassinado pela PM

Publicado em 26 Fev, 2015 às 14h16

Ação desastrosa. PM abre fogo contra jovens inocentes, mata um e deixa outro ferido com bala alojada no peito. Flagrante registrado em vídeo desmente a versão oficial que havia sido divulgada pela Polícia Militar

Um vídeo [assista acima] desmente a versão da Polícia Militar sobre um tiroteio na madrugada do último sábado (21), que terminou com um adolescente morto e um jovem baleado na comunidade da Palmeirinha, em Honório Gurgel, na zona norte do Rio de Janeiro.

Em nota, a Polícia Militar informou que acontecia uma operação no local e houve troca de tiros. Segundo a corporação, duas armas foram apreendidas naquele dia.

(Assista aqui ao comentário do jornalista Ricardo Boechat sobre o caso)

As vítimas e testemunhas têm outra versão para a história. As imagens, gravadas por celular, revelam que não houve confronto e que os disparos foram feitos pelos PMs, mesmo sem reação das vítimas.

Faltava luz na região e quatro amigos sentados em bicicletas se distraíam contando piadas. Allan Souza de Lima, de 17 anos, gravava toda a conversa com o celular. De repente, um dos meninos fugiu das brincadeiras e os outros correram atrás. Poucos segundos depois, é possível ouvir uma sequência de tiros.

Allan caiu atingido por dois disparos no abdômen e morreu no local. Enquanto isso, o celular caído no chão continuava ligado. O amigo dele, Chauan Jambre, de 19 anos, foi baleado no peito e pode ser ouvido pedindo para não morrer.

A imagem não mostra, mas de acordo com testemunhas havia um policial ao lado deles.

Apesar de Chaun ter chorado e pedido ajuda, nenhum socorro foi acionado. Só depois que amigos e familiares do jovem chegaram ao local, e conversaram muito, os policiais levaram a vítima para o hospital.

Na gravação, é possível ouvir os PMs se justificando para os moradores. “Cidadão, eles que entraram no meio da troca de tiro aqui com a gente”, disse um deles a um morador da comunidade.

Chauan ainda está com a bala alojada no peito e deve precisar passar por nova cirurgia. O jovem, que se formou no Ensino Médio no final do ano passado, sonha em ser jogador de futebol. Com um longo tratamento ainda pela frente, ele já perdeu a oportunidade de fazer um teste num time carioca.

VEJA TAMBÉM: A luta de um pai para provar a inocência do filho assassinado pela PM

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