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As maquiagens para omitir o PSDB da corrupção na Petrobras

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À Polícia Federal, executivo da Queiroz Galvão omite repasses ao PSDB e PSB. Preso na Operação Lava Jato falou em doações às campanhas do “PT, PMDB, PP e mais alguns”. PF não pressionou para saber que outros partidos receberam verbas, mas TSE revelou as siglas que foram contempladas

Operação Lava Jato: Ildefonso Filho e Sérgio Guerra (Imagem: Pragmatismo Político)

Uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo sobre o depoimento de Ildefonso Filho, presidente da Queiroz Galvão, à Justiça Federal, informa que a construtora fez doações a “PT, PMDB, PP e mais alguns”.

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“Mais alguns” é a nova nomenclatura para o principal partido de oposição: o PSDB. Foi o mesmo executivo, Ildefonso Filho, quem, segundo o doleiro Alberto Youssef, pagou uma propina de US$ 10 milhões a Sergio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB, para que uma CPI sobre a Petrobras fosse colocada em fogo brando no Congresso Nacional (reportagem do Diário do Poder a respeito).

Em seu depoimento, Ildefonso Filho foi questionado sobre o critério para as contribuições. “O primeiro critério era o limite, sempre aquém do permitido. A gente dava para aqueles partidos que mais se caracterizam com as características da empresa, ligados ao crescimento da infraestrutura.”

TSE

Uma consulta simples ao Tribunal Superior Eleitoral mostra que a Queiroz Galvão já doou milhões para o PSDB de Aécio Neves e o PSB de ex-governador Eduardo Campos, morto em uma acidente aéreo em agosto deste ano, e substituído na chapa presidencial pela ex-ministra Marina Silva. As duas siglas, ao lado do PT, protagonizaram a acirrada disputa eleitoral de outubro passado.

PSB e PSDB

Segundo o demonstrativo das doações recebidas pelo diretório nacional do PSB em 2010, a Queiroz Galvão transferiu pelo menos R$ 6 milhões ao partido. Outros R$ 6 milhões foram destinados à legenda na campanha de 2012, quando o PSB tentava emplacar o prefeito de Recife para ganhar força na eleição de 2014.

Nos dois pleitos citados, o tesoureiro era Márcio Luis França Gomes, mais conhecido como Márcio França. Ele foi eleito vice-governador de São Paulo em 2014, e também colheu fundos para a campanha de Marina Silva.

O diretório nacional do PSDB também recebeu mais de R$ 6 milhões da construtora em 2010, quando José Serra disputou contra Dilma Rousseff (PT) a corrida presidencial daquele ano.

Nesta eleição, pelo menos seis das nove grandes empresas (Odebrecht, OAS, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa) sob investigação na Operação Lava Jato financiaram a campanha de Aécio. Algumas delas também se repetem nas prestações de contas do PSB.

Depoimento

Confira a íntegra do depoimento de Ildefonso Filho, em que ele não foi questionado sobre o pagamento de US$ 10 milhões a Sergio Guerra.

com 247 e GGN

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