Categories: Homofobia Política

Levy Fidelix deveria sair preso do debate

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Homofobia de Levy Fidelix é bancada com dinheiro público. Seu partido não representa ninguém, mas já recebeu mais de 6,1 milhões de reais do fundo partidário

O candidato Levy Fidelix

As declarações homofóbicas do candidato à presidência da República, Levy Fidélix (PRTB), no debate de ontem (28), realizado pela TV Record, causaram revolta na comunidade LGBT e em defensores dos Direitos Humanos em geral.

Ao ser questionado pela candidata Luciana Genro (PSOL) a respeito da criminalização da homo-transfobia e casamento igualitário, Levy Fidélix iniciou dizendo que se tratava de “um assunto pesado” e que era preciso “reagir” contra a população LGBT. “O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para cem. Vai para a Paulista, anda lá e vê, é feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de dizer que ‘sou pai, uma mãe, vovô’, e o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá”, declarou.

Debates

A insistente presença de Levy em todos os debates deste ano entre os candidatos à presidência da República se deve à eleição de um único deputado federal pelo partido em 2010 (o carioca Áureo, hoje no Solidariedade). Com esta vitória, as emissoras foram obrigadas a chamá-lo para todos estes encontros.

Representatividade nula

Levy não representa ninguém, o que é claro na sua incapacidade de conseguir qualquer votação expressiva após dez eleições a cargos como prefeito, governador e presidente. Apesar da falta de respaldo, o candidato é beneficiado pelo dinheiro do fundo partidário. Desde 1996, foram 6,1 milhões de reais entregues ao PRTB de Levy. Além disso, a sigla também é ajudada com espaço gratuito na televisão, comprado pelo governo, e com o rateio de multas da Justiça Eleitoral.

Acusações

O candidato também sofre diversas suspeitas. Aliados de Levy já afirmaram que ele cobraria 400 mil reais de quem quer se desfiliar do partido e de manipular as eleições do partido, em que sempre foi o presidente. Ele também foi acusado de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que citava seu nome em escutas feitas pela Polícia Federal. Segundo as investigações, o PRTB era um dos alvos de Cachoeira, que buscava “comprar” um partido. Levy nega todas as acusações e se mostrou indignado ao ser questionado sobre essas denúncias no debate organizado pelo SBT e pela Folha de S.Paulo.

Protesto

Logo depois da resposta homofóbica de Levy Fidelix, o assunto viralizou na rede. Várias manifestações foram organizadas e, indignados, ativistas questionavam a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) punir o candidato por discurso de ódio e incitação à violência. À reportagem da revista Fórum, a assessoria de comunicação do TSE declarou que, para o Tribunal agir, é necessário que ele seja acionado externamente.

De acordo com a ativista do Coletivo de Feministas Lésbicas (CFL), Irina Karla, mais de 200 pessoas já estão mobilizadas para encaminhar uma ação judicial coletiva e acionar o TSE. Como o debate foi realizado no estado de São Paulo, os ativistas também pretendem enquadrar Levy Fidelix na lei estadual 10.948/02, que pune atos homofóbico; entre eles, discursos de ódio. Um beijaço também está marcado para o próximo domingo (5) na Avenida Paulista.

Criminalização

Se Levy Fidelix fosse julgado pela criminalização da homofobia, ele teria saído preso do debate da TV Record.

com informações de CartaCapital, Agência Brasil e Revista Fórum

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