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A hipocrisia da campanha da Ellus contra o Brasil

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“Atrasado é o Brasil da moda”. Marcelo Rubens Paiva detona campanha de Ellus contra o Brasil e lembra que, apesar da grife dizer quer o "país é atrasado", ela utiliza mão de obra escrava em sua produção

Demagogia sem fim. Ellus detona o Brasil, mas utiliza mão de obra escrava em sua produção (Pragmatismo Político)

A Ellus trouxe ao São Paulo Fashion Week de primavera-verão deste ano uma novidade: o protesto Abaixo Este País Atrasado. Apesar do local pouco apropriado para esse tipo de manifestação, a campanha reverberou nas redes sociais e chegou à mídia tradicional. Em sua coluna no Estadão, Marcelo Rubens Paiva critica o posicionamento da marca, e considera o “protesto esquisito, num local que não combinava” (LEIA AQUI).

“Um debate ideológico se seguiu, sob o hálito do verdadeiro debate, o da luta de classes”, comentou. O autor de Feliz Ano Velho, entre outras obras, ainda compara o protesto da Ellus com “o debate sobre os que reclamam da deselegância dos novos consumidores em aeroportos e da construção de uma estação de metrô que traria gente ‘diferenciada’ num bairro de gente fina e educada, que anda de metrô em Paris e NY”.

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No entanto, a campanha faz ainda menos sentido quando se lembra que a Ellus utiliza mão de obra escrava em sua produção. Um processo foi instaurado contra a marca em 2012, na 2ª Região do Ministério de Trabalho. Na época, outras empresas também foram denunciadas pelo mesmo motivo: Marisa, Pernambucanas, C&A, Zara, Collins e Gregory.

Em carta sobre o protesto, a Ellus diz que “o Brasil está entupido, um congestionamento em tudo. Não anda no trânsito, nos aeroportos, nos hospitais, nas estradas, na energia, nas escolas, na comunicação, na burocracia (corrupção)… Até a água está entupida!… Precisamos desburocratizar, simplificar para motivar, avançar, abrir, internacionalizar, se não, cada vez mais, ficaremos isolados nas geleiras do Polo Sul. Que Brasil é esse em que até as empresas e patrimônios públicos acabam destruídos?”.

A blogueira Maria Frô sugere entrar na onda do #protestoEllus e exigirmos celeridade da Justiça para julgar a Ellus pela denúncia de trabalho escravo feita pela procuradora Carolina Vieira Mercante em 2012. “Vamos exigir que a Ellus vá para um país adiantado e deixe de explorar os trabalhadores brasileiros. Que os coxinhas vira-latas importem suas camisetas sem noção.”

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