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Mídia desonesta 07/Mar/2014 às 15:53 COMENTÁRIOS
Mídia desonesta

"Escravidão?" O povo quer mais médicos e menos demagogia

Publicado em 07 Mar, 2014 às 15h53

“Escravidão” uma ova! O povo quer Mais Médicos e menos demagogia. A motivação do novo ataque em massa da mídia ao programa, que foi tão bem recebido pela sociedade, é puramente eleitoral

mais médicos brasil
Mais de 80% dos brasileiros apoiam o Mais Médicos (Reprodução)

Eduardo Guimarães, Blog Cidadania

Nos últimos dias, grandes grupos de mídia que fazem oposição ao governo federal retomaram o ataque político-partidário-eleitoral ao programa Mais Médicos. Esse ataque inspirou-se no corporativismo dos médicos brasileiros, que declararam guerra o programa federal devido à má repercussão do fato de que se recusam a trabalhar nas regiões mais afastadas e pobres das cidades, dos Estados e do país.

Como sempre, o ataque inicial a mais uma iniciativa do governo Dilma Rousseff (iniciativa que foi recebida com entusiasmo pela maioria esmagadora dos brasileiros) coube à Rede Globo, via “denúncia” no Jornal Nacional. Já fora assim com a redução do valor das contas de luz e com a redução dos juros cobrados pelos bancos ao consumidor.

Os médicos e a mídia conseguiram um procurador do Ministério Público do Trabalho para dar curso ao ataque racista desfechado contra médicos cubanos que desembarcaram em Fortaleza (CE), ano passado. Na oportunidade, os profissionais cubanos, em grande parte negros, foram vaiados e agredidos por médicos brasileiros brancos, sendo chamados de “escravos”, o que revoltou o país.

Este blog chegou a entrevistar o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (SimeC), o médico e ex-vereador José Maria Pontes, sobre a agressão que seus liderados fizeram quando os médicos cubanos recém-chegados saíam de uma reunião em Fortaleza. A entrevista repercutiu fortemente na internet e recomenda-se que seja lida, no link indicado neste parágrafo.

O ataque do Jornal Nacional ao Mais Médicos foi feito sob esse teor racista do sindicato dos Médicos do Ceará e se espalhou pela mídia, como de costume.

A matéria se baseia no escarcéu que um procurador do MPT amigo da mídia oposicionista e da oposição propriamente dita está fazendo devido ao modelo de contratação de médicos cubanos, que prevê que parte dos salários que receberão do governo brasileiro vá para conta em nome deles em Cuba e, outra parte, vá para o Estado cubano.

Antes de prosseguir, há que esclarecer que Cuba envia médicos para o mundo inteiro – inclusive para países ricos da Europa – devido ao fato de que é o país que mais forma médicos no mundo. E Cuba é o país que mais forma médicos porque, por lá, à diferença do que acontece no Brasil, o Estado dá a qualquer um condições de passar mais de uma década só estudando medicina, condição básica para se formar médico.

Ora, não parece justo que quem passa tanto tempo sendo bancado pelo Estado para poder só estudar, ao se formar devolva alguma coisa à mesma comunidade que, através dos seus impostos, pagou os estudos e a subsistência daquele médico enquanto estudava?

Mas não é esse o ponto central do texto. O que espanta é a demagogia e a burrice do ataque da mídia oposicionista e dos partidos de oposição ao Mais Médicos – ataque cuja motivação encontra-se em pesquisa encomendada em novembro do ano passado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) ao instituto MDA, que detectou que o apoio ao programa federal é de espantosos 84,3%.

Antes de prosseguir, vale informar que, no mesmo mês de novembro de 2013, foi divulgada pesquisa conjunta do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Fundação Getúlio Vargas e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que confirmou essa enorme aprovação da população brasileira aos princípios do programa Mais Médicos.

Retomando. A motivação do novo ataque em massa da mídia oposicionista a programa tão bem recebido pela sociedade é puramente eleitoral, pois acredita-se que esse programa pode alavancar fortemente não só a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas a candidatura do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao governo do Estado de São Paulo.

Mas o pior não é essa motivação político-partidária-eleitoral da mídia oposicionista e da oposição propriamente dita ao atacarem programa tão necessário aos setores mais humildes da população. O que espanta é a burrice de quem ataca.

Em vez de verificar os resultados do programa Mais Médicos, a mídia fica martelando a tese esdrúxula de que os médicos cubanos seriam “escravos” – tese que também encerra viés racista devido à grande presença de profissionais negros entre esses médicos –, apesar de eles estarem recebendo não apenas o salário nominal divulgado pela mídia – que acaba de ser aumentado por acordo entre o governo brasileiro e o cubano –, mas casa e comida de graça.

Para entender por que a mídia se concentra na farsa sobre “escravidão” – que os médicos cubanos que estão no país rejeitam peremptoriamente –, vale nos debruçarmos sobre matéria do jornal Tribuna do Ceará que, essa sim, é jornalismo, pois mostra como o Mais Médicos está melhorando a vida de pessoas que, muitas vezes, nunca haviam se consultado com um médico.

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