Luis Soares
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Mulheres violadas 09/Ago/2013 às 00:04 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

Jovem teria sido estuprada durante ocupação da Câmara de BH

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 09 Ago, 2013 às 00h04

Manifestante teria sido estuprada durante ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Jovem de 21 anos disse à polícia que foi violentada por ‘colega de manifestação’

Um caso de abuso sexual foi registrado durante a ocupação da Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte, na última terça-feira (6). Uma jovem de 21 anos procurou a Delegacia de Mulheres para denunciar que foi abusada por outro manifestante durante a madrugada.

estupro câmara belo horizonte

Câmara Municipal de Belo Horizonte esteve ocupada entre os dias 1 e 8 de agosto (Foto: Estado de Minas)

De acordo com o novo Código Penal, qualquer violência sexual pode ser considerada estupro. Anteriormente, apenas era considerado crime de estupro a penetração vaginal. Além disso, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o crime pode acontecer mesmo sem uma agressão física, com atitudes sutis como, por exemplo, o toque no corpo da vítima.

Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Militar (PM), a jovem relatou que, por volta de 0h30, ela encontrou um rapaz que estava sem lugar para dormir. Por conhecê-lo de outras manifestações, ela o convidou para dormir em sua barraca. Durante a madrugada, o jovem tentou beijar a moça na boca, mas ela recusou e ele saiu da barraca. Pouco depois, ele teria voltado e obrigado a vítima a pegar em seu órgão genital. Segundo a jovem, ela tirou a mão, porém o suspeito insistiu e novamente a forçou a tocá-lo. Ele também teria passado a mão em suas coxas e costas. A jovem disse aos militares que não reagiu porque estava cansada e sonolenta. O rapaz, então, saiu da barraca.

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No Facebook, a vítima agradeceu a demonstração de carinho e conforto que recebeu depois do fato. “Reconheço o quão frívolo é esse tipo de demonstração de gratidão, mas que fique registrado aqui o calor de um milhão de abraços que sinto com todo o apoio e tentativa de conforto diante do abuso que sofri (…), enquanto eu dormia, durante a ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, afirmou. Ela disse, ainda, que as “medidas jurídicas já foram tomadas”.

A delegada Elizabeth de Freitas Assis Rocha, da Delegacia da Mulher, informou que a investigação está em andamento, porém ainda não há novidades.

Nota do movimento

Em nota publicada no Facebook, representantes da Assembleia Popular Horizontal informaram que após o fato ocorrido nesta terça, outros casos de violência, sutis e graves, chegaram ao conhecimento do movimento. Segundo eles, foi convocado um círculo de segurança entre mulheres para que o assunto fosse discutido. A decisão tomada foi que os agressores saíssem da ocupação, entretanto, a maioria dos manifestantes desconsiderou a ideia e chegou a duvidar da veracidade das histórias.

Uma outra reunião teria sido realizada na quarta-feira (7), mas, de acordo com o comunicado, “a questão do machismo e da violência continuou sendo tratada com ironia e escárnio, demonstrando total falta de respeito e crítica frente a questões tão graves e urgentes”.

Por fim, os representantes afirmaram que atitudes machista ou intolerante não serão aceitas no movimento.

Aline Diniz, O Tempo

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