Categories: Homofobia

Pesquisa revela países mais homofóbicos do mundo

Share

Pesquisa mostra quais são os países mais homofóbicos do mundo. Nações africanas e de maioria muçulmana seriam menos tolerantes a homossexuais

Um estudo feito pelo PRC (Pew Research Center) mostrou os níveis de homofobia de 39 países do mundo. O centro pediu a pessoas desses locais que respondessem à pergunta “A sociedade deveria aceitar a homossexualidade?”. Os entrevistados podiam responder afirmativa ou negativamente ou escolher não dizer nada.

A pesquisa mostrou que os países muçulmanos e da África subsaariana são os menos tolerantes, ao passo que os ocidentais aceitam melhor a homossexualidade, sendo Espanha e Alemanha as primeiras da lista nesse quesito.

Entretanto, o jornal The Washington Post faz ressalvas quanto à confiabilidade dos dados. De acordo com eles, um fator que deve ser considerado quando se analisam os números é o “efeito do politicamente correto”, que “forçaria” pessoas a mentirem sobre sua verdadeira opinião, por medo de que ela fosse considerada homofóbica.

Infográfico feito por The Washington Post. Os países em vermelho são os menos tolerantes, enquanto os azuis são os mais tolerantes

Outro ponto importante seria a definição da homossexualidade. “Aceitar homossexuais” pode não significar a mesma coisa em Uganda e no Canadá, por exemplo. No Senegal, onde 3% das pessoas responderam que a sociedade deveria aceitar a homossexualidade, a pena de morte para gays foi abolida recentemente. Nesta semana, o presidente Macky Sall declarou que não apoia a discriminação contra homossexuais, mas que o país não está pronto para descriminalizar a prática da homossexualidade, o que ele considera diferente de homofobia.

Leia também

A África, aliás, é descrita na matéria do jornal norte-americano como “quase uniformemente anti-gay”. Por todo o continente, os resultados afirmativos à pergunta do PRC ficaram abaixo de 10%, sendo a Nigéria o único país da pesquisa em que apenas 1% das pessoas respondeu “sim”. A África do Sul, que tem tradição em lutas a favor do movimento gay, foi a exceção, com um ainda baixo índice de 32% de respostas afirmativas.

Já nos países de maioria muçulmana que participaram da pesquisa, também menos de 10% das pessoas entrevistadas responderam a favor da aceitação da homossexualidade. Dessa vez, a exceção foi o Líbano: 18% das pessoas disseram que a sociedade deveria ser tolerante. No Paquistão e na Tunísia, esse número foi de apenas 2%.

Por outro lado, os países europeus, anglófonos e latinos são apontados como os que mais aceitam a homossexualidade. Fora desse núcleo, apenas as Filipinas apresentaram um índice de mais de 50% de aprovação à tolerância.

A Rússia, entretanto, tem um índice mais baixo do que o do Líbano, de apenas 16%. Recentemente, a Câmara dos Deputados russa proibiu a adoção de crianças por casais gays e uma lei que proíbe propaganda homossexual entre menores de idade foi aprovada.

Já nos Estados Unidos, 60% das pessoas acham que a sociedade deve aceitar a homossexualidade, número que fica abaixo da média dos países ocidentais. O estudo foi publicado no dia 5 de junho, antes de a Suprema Corte norte-americana derrubar a DOMA, lei contra benefícios a casais gays.

Religiosidade e aceitação

O PRC liberou também um gráfico correlacionando o nível de religiosidade do país e a aceitação da homossexualidade. “O estudo também constata que a aceitação da homossexualidade é particularmente difundida nos países em que a religião ocupa um papel menos central nas vidas das pessoas”, diz o informe, que acrescenta que esses países “estão entre os mais ricos do mundo”.

A relação entre riqueza e aceitação seria que, nos países mais ricos, as pessoas recebem uma educação melhor e, consequentemente, são mais tolerantes.

Esses dados também têm exceções, no entanto. A China, país declaradamente ateu, não é muito tolerante com homossexuais, ao passo que as Filipinas, país “devotamente católico”, têm alta aceitação da homossexualidade. A Rússia, como já foi citado, seria o terceiro exemplo.

Opera Mundi

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook