Redação Pragmatismo
Internet 15/Jan/2013 às 02:33 COMENTÁRIOS
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Suicídio? Ativista virtual de 26 anos é encontrado morto

Publicado em 15 Jan, 2013 às 02h33

Prodígio da informática Aaron Swartz morre aos 26 anos. Jovem era um dos principais nomes que se opunham aos projetos de lei Sopa e Pipa, considerados uma forma de censura na internet

O ativista de internet e prodígio da computação Aaron Swartz, que ajudou a criar a versão inicial do sistema de processamento de dados online RSS e enfrentava acusações federais em um controverso processo por fraude nos Estados Unidos, cometeu suicídio aos 26 anos, anunciaram autoridades no sábado (12).

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Em 2010, Aaron Swartz criou o DemandProgress.org, uma campanha online contra os projetos de lei americanos Sopa e Pipa, considerados uma forma de controle e censura na internet. Foto: divulgação

A polícia encontrou o corpo de Swartz em seu apartamento em Brooklyn, Nova York, na sexta-feira (11), de acordo com uma porta-voz da divisão legista do município, que classificou o óbito como morte por asfixia.

Swartz é visto como um dos criadores das especificações do formato RSS 1.0 de Web, no qual ele trabalhou aos 14 anos, de acordo com texto postado em um blog no sábado por seu amigo, o escritor de ficção científica Cory Doctorow.

O RSS, ou Rich Site Summary, é um formato para permitir o acesso de usuários a conteúdo de sites que mudam constantemente, como páginas noticiosas e blogs.

Swartz se tornou um ícone da Web ao ajudar a tornar pública uma montanha de informações virtuais, entre as quais um total estimado em 19 milhões de páginas de documentos judiciais federais norte-americanos, num sistema de arquivo de processos.

“Informação é poder. E, como todo poder, há quem queira mantê-lo só para seu uso”, escreveu Swartz em um “manifesto” online datado de 2008.

DemandProgress

A crença de que a informação deve ser compartilhada e estar disponível para o bem da sociedade levou Swartz a fundar o grupo sem fins lucrativos DemandProgress.

O grupo liderou uma campanha bem-sucedida para bloquear um projeto de lei na Câmara dos Deputados dos EUA que teria permitido bloquear por meio de liminares o acesso a sites acusados de envolvimento em compartilhamento ilegal de propriedade intelectual.

Swartz e outros ativistas foram contrários, alegando que isso conferiria ao governo poder amplo demais de censura e repressão a comunicações online legítimas.

Sob julgamento

Mas Swartz foi indiciado em julho de 2011 por um júri federal pelo suposto roubo de milhões de artigos e publicações acadêmicas de um arquivo digital do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

O indiciamento acusou Swartz de usar as redes do MIT para roubar mais de quatro milhões de arquivos do serviço de arquivo online e distribuição de jornais JSTOR. O JSTOR não apresentou queixa contra Swartz, depois que ele restituiu as cópias digitalizadas, de acordo com reportagens publicadas na época.

Swartz, que se declarou inocente de todas as acusações, estava sujeito a pena de até 35 anos de prisão e multa de um milhão de dólares, se condenado. Ele saiu da prisão sob fiança e o julgamento estava programado para começar no fim deste ano.

A internet de luto

O que se viu desde a notícia da morte de Aaron foi uma enxurrada de mensagens de apoio e protesto. Um consenso entre todas essas opiniões é que a morte de Aaron poderia ser evitada e foi fruto de uma perseguição judicial do governo americano, que tratou um jovem libertário, que buscava tão-somente a dispersão de conteúdo e informação ao alcance de todos, como se fosse um terrorista procurado.

Em homenagem a Aaron, criou-se o pdftribute.net, site que agrega arquivos científicos disponibilizados pelo Twitter, através da hashtag #pdftribute. Além de um site-tributo, onde podem ser postadas mensagens de apoio.

Agência Reuters

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