Luis Soares
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Ditadura Militar 16/Mai/2012 às 18:08 COMENTÁRIOS
Ditadura Militar

Arquivo vivo da Ditadura Militar, delegado Cláudio Guerra sofre atentado na última madrugada

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 16 Mai, 2012 às 18h08

Senador Paulo Paim pede proteção ao delegado Cláudio Guerra, que confessou assassinatos e a incineração de presos políticos durante a ditadura em ‘Memórias de Uma Guerra Suja’. Ele teve a casa cercada por 3 homens. Um deles ameaçou atirar. Guerra é um arquivo vivo da ditadura e quer depor na Comissão da Verdade

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Delegado Cláudio Guerra é um dos principais arquivos vivos da ditadura militar e dos raros dispostos a contribuir com a Comissão da Verdade

O senador Paulo Paim (PT-RS) subiu à tribuna da tarde desta quarta-feira 16 para denunciar um atentado ocorrido nesta madrugada contra o ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) Cláudio Guerra. Segundo Paim, três homens cercaram a casa de idosos no interior do Espírito Santo, onde o delegado estava, e um deles ameaçou atirar.

O ataque ocorre no mesmo dia em que foram empossados os sete membros da Comissão da Verdade, instalada para investigar os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura militar, e semanas depois do lançamento do livro “Memórias de uma guerra suja”, dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, no qual Guerra confessa o assassinato e a incineração de presos políticos – e a participação em atentados a bomba como o do Riocentro, denunciando, inclusive, os nomes de comparsas.

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Ao Portal IG, Paim destacou a “tentativa de homicídio” (assista ao vídeo abaixo). “Achei da maior gravidade. Ele tinha sido convocado para fazer um depoimento na Comissão de Direitos Humanos amanhã (quinta-feira) pela manhã, assim como os autores do livro. Provavelmente eles não virão amanhã”, disse.

“Fiz o registro na tribuna do Senado para que o Ministério da Justiça e o nosso ministro deem toda a segurança. Os crimes cometidos são fatos, são reais, ele reconhece. Agora, ele pode ser um instrumento fundamental para a Comissão da Verdade, que foi instalada hoje. No livro ele diz que se dispõe a depor na Comissão da Verdade. É um arquivo vivo dos crimes da ditadura, por isso tem de haver segurança”, completou.

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