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PSDB usa estatais para turbinar salários de filiados

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Os conselheiros do PSDB recebem remuneração pela participação em reuniões – em geral, uma por mês. Os pagamentos mensais estão entre R$ 3.500 e R$ 4.500 – fora o 13º salário e os bônus, pagos em alguns casos.

Governo de SP dá aula de apadrinhamento político

O governo do estado de São Paulo tem usado os cargos a que tem direito nos conselhos de administração de empresas estatais para abrigar filiados do PSDB e quadros ligados ao partido. Os honorários pagos com recursos das empresas ou do erário estadual servem como complemento salarial para secretários, assessores e colaboradores do Palácio dos Bandeirantes.

A lista de conselheiros das estatais paulistas revela ainda que, em diversos casos, não há nenhuma relação entre a formação profissional dos contemplados e a área de atuação das empresas.

Há um cineasta no conselho da Dersa (estatal do setor rodoviário), uma ex-diretora de orquestra na Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e uma psicóloga e ex-diretora da Febem no Porto de São Sebastião. Há ainda jornalista do Palácio dos Bandeirantes participando de reuniões técnicas de planejamento metropolitano.

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De 136 nomes de conselheiros avaliados pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 65 foi possível identificar algum tipo de ligação com o PSDB ou com o primeiro escalão dos governos José Serra ou Geraldo Alckmin.

Os salários dos servidores paulistas não podem, em tese, ultrapassar o do governador, que é de cerca de R$ 18,7 mil. Muitos conselheiros admitem, informalmente, que os honorários pagos pelas empresas são uma maneira de complementar os salários do serviço público e torná-los mais atraentes em relação aos da iniciativa privada.

Os conselheiros recebem remuneração pela participação em reuniões – em geral, uma por mês. Os pagamentos mensais estão entre R$ 3.500 e R$ 4.500 – fora o 13º salário e os bônus, pagos em alguns casos.

Resposta

O governo estadual e pessoas contempladas com cargos em conselhos de administração de estatais negam a existência de apadrinhamento político e afirmam que o critério para a escolha é o da competência técnica. Em relação ao fato de estatais terem conselheiros com formação profissional de áreas distintas daquela em que a empresa atua, o governo afirma que a diversidade é um fator positivo.

“A composição dos conselhos de administração leva em conta, além das competências técnicas e experiências individuais dos seus membros, a representação de diferentes setores de governo, de forma a propiciar o ajuste da visão setorial com as diretrizes mais amplas de investimentos e prioridades da administração”, afirma nota da assessoria do Palácio dos Bandeirantes.

“É necessário ter entre os integrantes (dos conselhos) quadros capazes de permitir a integração e a comunicação das ações das empresas no âmbito das diretrizes de investimentos e prioridades do governo do estado”, prossegue a nota.

Informações do jornal O Estado de S. Paulo

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