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Candidatos prometem continuar conferências, exceto Serra

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A 2ª Conferência Nacional de Cultura reuniu 2 mil participantes
Após as críticas de José Serra, candidato do PSDB à Presidênciada República, ao modelo de conferências, adotado pelo governo federalcomo mecanismo de participação direta da população, Dilma, Marina ePlínio afirmaram que vão dar continuidade às conferências realizadas emdiversas áreas.

Em discurso no 8º Congresso Brasileiro de Jornais, no Rio, Serra chamouas conferências realizadas durante o governo de Lula de”conferencismo”. O candidato também atribuiu às conferências decomunicação, de direitos humanos e de cultura, a tentativa de cercear aliberdade de imprensa. “[…] as três se voltaram para um controle danossa imprensa, um cerceamento da liberdade de expressão e da liberdadede informação. De que maneira? Através do controle – suposto – dasociedade civil”, criticou.

A candidata Marina Silva (PV) defende que é preciso aprofundar aparticipação democrática e o envolvimento da sociedade como pilares desustentação do governo. “[Vamos] fazer do processo de participação umaoportunidade de desenvolvimento da consciência política e dos valoresdemocráticos”, descreve a senadora. Marina aponta que a legitimidade deum governo depende da “participação direta e sistemática da sociedadenas decisões de caráter público”.

Espaços de democracia

Dilma Roussef (PT) disse que pretende manter a participação dasociedade e dos movimentos organizados em conselhos e conferências,caso seja eleita. “Elas são espaços de democracia importantes enecessários para a construção de diretrizes e políticas públicas.”

A petista admite que nem sempre é possível transformar decisões deconferências em realidades imediatas, mas é fundamental a um governodemocrático saber o que a sociedade pensa. “O diálogo sempre trazrespostas positivas, mesmo onde haja discordâncias”, sintetiza.

O candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, relata que seu partidotem participado de todas as conferências e defende a implementação dasresoluções. O presidenciável propõe a criação de fóruns paracomplementar a política de conferências. “No caso de ocupar a chefia doExecutivo, o PSOL não apenas daria continuidade a essa política comoinvestiria na construção de fóruns que possibilitassem a deliberaçãocom maior participação popular”, defende Plínio.

Nem o candidato José Serra, nem sua coordenadoria de campanharesponderam às solicitações desta reportagem para confirmar as posiçõescontrárias à participação popular em um eventual governo seu.

Resposta federal

Ainda na semana passada, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência,Luiz Dulci, respondeu às críticas de José Serra às conferências eclassificou as opiniões do tucano de “concepção elitista de democracia,na qual a população não tem o direito de ser ouvida nas decisões degoverno” (acesse a matéria completa no quadro acima).

A Secretaria-Geral da Presidência calcula que 5 milhões de pessoasparticiparam de processos referentes a 73 conferências realizadas nosúltimos oito anos.

Rede Brasil Atual, por Suzana Vier