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(NÃO) Precisamos deles!

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O Governo Lula fez, está fazendo e continuará a fazer tudo o que é permitido a qualquer vertente da esquerda brasileira concretizar. As estruturas desiguais do país, historicamente criadas e mantidas pelos poderosos, limitaram o campo de ação dos mais idealistas da concepção socialista. Essa impossibilidade de alçar vôos maiores ”domesticou” a esquerda e sepultou definitivamente aqueles velhos princípios que só sobrevivem no imaginário de sonhadores ou oportunistas.

Sem dúvida que têm boa intenção alguns dos que, ainda hoje, criticam o grande lucro dos bancos, o alto superávit primário, os juros elevados, enfim, toda uma gama de condutas econômicas que costumam chamar de neoliberais e que teriam que ser adotadas por qualquer governo que estivesse no lugar que hoje o PT ocupa. Só que estão defasados na história.

Entretanto, esse mesmo discurso anacrônico é utilizado por conservadores, e muitos até reacionários, que se aproveitam da situação para vender a imagem de progressistas. É por isto e muito mais que a era Lula precisa ser estudada com atenção.

DEM, PSOL, PPS e outros bichos fazem proselitismo estéril, bem diferente do estratégico que o PT sempre fez.

Não, o Brasil não precisa deles!

Nem mesmo os arqueólogos da política, daqui a muitos anos, darão relevância ao PSOL, um mero fóssil do PT. Darão preferência à análise fria em cima da própria evolução política de Lula e do seu partido que, a partir dos primeiros anos da década de 90, começou uma gradativa depuração interna que veio culminar na ascensão ao poder da classe trabalhadora.

Não. não necessitamos das agitações políticas dessa gente. A esquerda petrificada pelo tempo dispensamos em nome do bom senso. Ela não nos acrescenta mais nada. Se, por acaso, chegasse um dia ao poder, o PSOL, para governar sustentavelmente, careceria, sim, da ajuda do PT. Imaginemos o contrário: o PT na oposição e o DEM e o PSDB ao lado de Heloísa Helena, Babá e Cia.

Por outro lado, dos radicais da direita o Brasil precisa muito. Basta que observemos o emblemático diálogo no Senado Federal entre a ministra Dilma Rousseff e o senador José Agripino Maia. Eles representam as duas faces do perfil ideológico nacional.

Quando pensávamos que com a morte de ACM estávamos órfãos, abandonados, sem péssimos exemplos para jamais seguirmos… Ledo engano: esses maus exemplos proliferam inesgotavelmente e nos dão alento para, cada vez mais, procurar direcionar a política brasileira por rumos mais dignos.

*Luis Soares é escritor, colunista e editor de Pragmatismo Político

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