Redação Pragmatismo
Preconceito social 06/Jun/2017 às 21:11 COMENTÁRIOS
Preconceito social

Alunos de instituição evangélica debocham de garis e faxineiras

Publicado em 06 Jun, 2017 às 21h11

Alunos do terceiro ano do ensino médio da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), no Rio Grande do Sul, debocham de garis e faxineiras em festa

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Estudantes do terceiro ano do ensino médio da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), interior do Rio Grande do Sul, realizaram atividades temáticas para representar o que fariam “se nada der certo” nos planos deles para o futuro.

O resultado foi um festival de preconceitos contra várias profissões como garis, borracheiros, vendedoras de produtos de beleza, faxineiras e atendentes de redes de fast food e supermercado. Alguns ainda se vestiram como “bandido” ou “morador de rua”.

Nas redes sociais, muitos manifestaram revolta contra a ideia, incentivada e publicada pela escola em sua página oficial.

“Quer dizer que ter um emprego digno pros alunos desta escola é um fracasso na vida? Que absurdo!”, escreveu uma usuária na página da instituição.

“Se nada der certo, eu fico zombando das profissões dos outros”, publicou outro internauta. “Vocês não têm vergonha de promover um evento classista retrógrado e desrespeitoso desses?”, questionou outro.

“Bom senso mandou beijos para esses alienados. Falta de respeito do caramba!”, comentou uma quarta pessoa.

Em nota, a IENH disse que “em momento algum teve a intenção de discriminar determinadas profissões, até porque muitas delas fazem parte do próprio quadro administrativo e são essenciais para o bom funcionamento da Instituição”. E que o objetivo da atividade era discutir o que aconteceria se os alunos não passassem no vestibular e não “fazer referência ao não dar certo na vida”.

“Atividades como essa auxiliam na sensibilização dos alunos quanto a conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase”, conclui.

Muitos se recordaram de um caso ocorrido no final de 2015, quando o colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, promoveu um evento semelhante.

Recentemente, a escola retirou as imagens do ar e divulgou comunicado no início da tarde de ontem (5).

“Temas como esse, que confrontam valores e profissões, não são condizentes com a nossa proposta pedagógica, que tem como premissa o respeito às pessoas”, diz o texto.

Confira abaixo algumas das imagens publicadas pela escola sob a temática “se nada der certo”.

RBA

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