Redação Pragmatismo
Racismo não 30/Mai/2017 às 16:54 COMENTÁRIOS
Racismo não

Casal tenta pregar quadro de mulher negra mutilada e suásticas na UFRJ

Publicado em 30 Mai, 2017 às 16h54

UFRJ investiga apologia ao nazismo dentro da universidade. Casal tentou colocar na parede quadro com imagem de uma mulher negra, com sinais de mutilação e suásticas.

casal prega quadro mulher negra

Geledés, Instituto da Mulher Negra

De acordo com Diretório Central Estudantil, casal tentou colocar na parede quadro com imagem de uma mulher negra, com sinais de mutilação e suásticas.

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apura denúncia do Diretório Central Estudantil (DCE) Mário Prata de que manifestações de apologia ao nazismo teriam sido feitas na sede da entidade estudantil por pessoas que não integram o diretório.

Na última sexta-feira (26), a universidade informou, em sua página na internet, que pretende acionar a polícia para investigar o caso.

A reitoria abrirá procedimento interno para averiguar o caso e registros de pichações de cunho nazista no campus. Também acionará as polícias Civil e Federal para apuração da apologia ao nazismo que, destacamos, configura crime. Trata-se de uma ação isolada, de ultradireita, que se manifesta de forma apócrifa justamente por não encontrar qualquer respaldo no corpo social da universidade”, diz nota da instituição.

A UFRJ pediu que a comunidade acadêmica não tolere manifestações do tipo e denuncie imediatamente à Ouvidoria Geral pelo e-mail [email protected]. A universidade mantém ainda um endereço de e-mail para receber denúncias de casos de violência de qualquer tipo, o [email protected].

O Diretório Mário Prata usou a rede social Facebook para comunicar que fechou o salão do segundo andar de sua sede desde a última terça-feira, por causa do episódio.

Diretor de Políticas Educacionais do DCE, o estudante de direito Victor Davidovich, de 22 anos, disse que um casal entrou no salão portando um quadro com mensagens nazistas, insistindo em fixá-lo na parede.

O quadro mostrava a imagem de uma mulher negra, com sinais de mutilação e suásticas em volta”, relatou o estudante. Segundo Davidovich, outras pessoas presenciaram o ato.

Isso ofende qualquer um que tenha o mínimo senso de humanidade. Sempre convivemos na universidade com alguns casos de opressão, mas este é muito grave, porque é um ódio muito explícito. É uma coisa desavergonhada.

O fato teria causado a indignação de alunas que estavam no local. A Agência Brasil não conseguiu contato com testemunhas. Segundo o diretor do DCE, elas teriam discutido com a dupla e impedido que o quadro fosse deixado no prédio. De acordo com o DCE, banheiros e outros pontos do Campus Praia Vermelha foram alvo de pichações com símbolos nazistas, como a suástica.

Como reação, o diretório está organizando um debate sobre o uso dos espaços do DCE. O encontro está marcado para a tarde da próxima quinta-feira (1º). “Queremos convidar todos a debater os acontecimentos e, mais que isso, queremos construir um espaço que seja acolhedor”, diz nota sobre o evento no Facebook.

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