Redação Pragmatismo
Contra o Preconceito 08/Fev/2017 às 15:44 COMENTÁRIOS
Contra o Preconceito

As lições do filme “Estrelas além do tempo”

Publicado em 08 Fev, 2017 às 15h44

Baseado na quebra de barreiras contra o preconceito racial e o preconceito contra as mulheres, filme 'Estrelas Além do Tempo' retrata a história de três mulheres negras na década de 60 através de uma cativante comédia dramática

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Felipe Andriolo, Administradores

O filme Estrelas Além do Tempo, baseado no livro Hidden Figures, retrata a história de três mulheres negras na década de 60, trabalhando no centro específico de matemática da NASA. Elas possuem um desejo enorme de ajudar os Estados Unidos na corrida espacial contra a Rússia e não medem esforços para superar os obstáculos que aparecem diariamente. A lição central da história é a quebra de barreiras contra o preconceito racial e o preconceito contra as mulheres. Vamos entender como cada uma demonstra suas habilidades no decorrer do filme.

Katherine Johnson é uma matemática brilhante, trabalha como um dos computadores humanos da NASA. Pela precisão em seus cálculos, fora promovida para o Grupo de Missão Espacial. Na sua chegada ao novo ambiente de trabalho, chega ser confundida com uma faxineira. Para ir ao banheiro precisa fazer uma caminhada de 1,6km até a zona oeste, onde havia banheiro para negros. O seu par de trabalho Paul Glenn esconde dados “sigilosos” aos quais ela não poderia ter acesso, mas sem eles seu trabalho poderia ser comprometido. Inúmeras vezes corre com pilhas de cadernos até o banheiro para não perder um segundo e completar suas tarefas. Até que um dia seu chefe “Al Harrison” questiona porque algumas vezes por dia ela estava fora da sua mesa. Katherine que acabara de tomar chuva ô confronta e mostra a realidade da segregação vivida por negros, com banheiros e chaleiras que atrapalham seu desempenho.

Em outro momento do filme, diariamente faz relatórios com as coordenadas da missão, mas os cálculos já estão errados pois, os oficiais do pentágono alteram as zonas de pouso da cápsula e seu trabalho é perdido. Certo dia ao entregar o último relatório para Glenn, Katherine afirma que quer participar das reuniões. Al Harrison vendo a cena, questiona Glenn o que estava acontecendo. Kat não desiste por nada mesmo com os argumentos de Glenn, pois faltam poucos dias para a Nasa levar o primeiro homem ao espaço e ela sabe da responsabilidade de seus cálculos para o êxito da missão espacial.

Dorothy Vaughan encara de forma perfeita uma mulher ativista. No início do filme, deitada no chão da rodovia, já demonstra proatividade ao consertar o carro que leva diariamente as três amigas até o trabalho. Ela é supervisora informal dos “computadores negros” e aguarda uma promoção para supervisora permanente, que não acontece. Certo dia, levando os últimos relatórios até sua chefe, descobre que um computador da IBM será implementado, realizando inúmeros cálculos em fração de segundos, substituindo computadores humanos, inclusive a sua equipe.

Após dias de tentativas, os engenheiros da IBM ainda enfrentam problemas para ligar a máquina e vão embora, Dorothy que é curiosa, entra na sala e lê o manual do equipamento. Lidera uma reunião com sua equipe expondo o poder de processamento que enfrentariam em breve. Como solução para superar este desafio, deveriam se atualizar profissionalmente com os estudos em programação.

Alguns dias depois, é flagrada na sala do computador pelos engenheiros. A indignação deles por sua presença é logo interrompida pelo som da impressora, com o resultado dos primeiros cálculos do equipamento. Para o computador alcançar o desempenho desejado, a equipe de programadores necessita ser ampliada. O talento de Dorothy então é reconhecido, ela recebe o convite temporário para mudar para a nova área e diz que só aceita se levar sua equipe inteira.

Mary Jackson tem personalidade forte e sonha se formar engenheira. Recebe o convite para trabalhar no túnel de vento supersônico e mesmo com o preconceito, mostra seu talento. Seu marido após ver sua determinação e que ela não cederia aos seus comentários sexistas, muda de atitude, passa aceitar e apoiar a carreira de sua companheira.

Mary que se inscreverá para o programa de treinamento de engenheiros, vê seu pedido recusado por uma nova exigência educacional que só era concedido em uma universidade para brancos. Neste momento desabafa com suas amigas: “Toda vez que temos a chance de avançar, eles mudam a chegada”.

Movida por sua determinação e objetivo, decide ser a primeira mulher negra a cursar pós-graduação na Universidade da Virginia. Entra com um pedido judicial e confrontada pelo Juiz na audiência, expõe que sempre houve alguém pioneiro e que ela quer ser a primeira mulher engenheira da NASA e entrar para a história.

Essa história emocionante e inspiradora deixa a seguinte questão, com qual propósito você se levanta todos os dias? Qual seu objetivo e como quer ser lembrado daqui 100 anos?

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