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Homofobia 08/Jul/2016 às 15:48 COMENTÁRIOS
Homofobia

NYT: Brasil é o lugar mais perigoso do mundo para gays, lésbicas e transgêneros

Publicado em 08 Jul, 2016 às 15h48

Brasil é o lugar mais perigoso do mundo para homossexuais, diz o jornal americano New York Times. Publicação cita dados que apontam milhares de crimes motivados por homofobia e que contrastam a “imagem de uma sociedade tolerante e aberta”

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(Imagem: A atriz e modelo Viviany Beleboni em protesto na parada gay)

O Brasil vive hoje uma epidemia de violência contra homossexuais que transformou o país no lugar mais perigoso do mundo para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Essa é a conclusão de reportagem do jornal americano New York Times publicada nesta terça-feira (5).

Citando dados do grupo Gay Bahia, a publicação afirma que mais de 1.600 pessoas foram assassinadas no Brasil por motivações homofóbicas nos últimos quatro anos e meio – o que representa praticamente uma morte por dia.

Para o jornal americano, esses números contrastam com a “imagem de uma sociedade tolerante e aberta” de um país que “aparentemente alimenta expressões de liberdade sexual durante o carnaval e que tem a maior parada gay do mundo”.

Essa reputação, diz a publicação, não é sem fundamento. “Nas quase três décadas desde que a democracia tomou o lugar da ditadura militar, o governo brasileiro introduziu diversas leis e políticas com o objetivo de melhorar a vida das minorias sexuais”, diz o texto.

A reportagem cita que o Brasil foi um dos primeiros países a oferecer medicamentos antirretrovirais para diagnosticados com HIV, foi pioneiro na América Latina a reconhecer a união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de imigração e um dos precursores a liberar a adoção de crianças por casais homoafetivos.

O ponto, segundo a publicação, é que as tradições sociais de alguns grupos não caminharam no mesmo ritmo dos avanços obtidos no sistema normativo.

A reportagem relaciona a violência contra gays com a cultura machista que ainda perpetua na sociedade brasileira e com o crescimento de alas evangélicas mais conservadoras, que se opõem abertamente ao público LGBT.

De acordo com o cientista político Javier Corrales, ouvido pela reportagem, os brasileiros até estariam mais tolerantes. O problema é que aqueles que se mantêm intolerantes estariam “desenvolvendo novas estratégias e um discurso mais virulento para barrar o progresso nessas questões”, afirmou.

Exame

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