Redação Pragmatismo
Homofobia 15/Jun/2016 às 18:36 COMENTÁRIOS
Homofobia

Assassinato de professores gays leva cidade inteira às ruas

Publicado em 15 Jun, 2016 às 18h36

Professores homossexuais carbonizados em carro levam cidade do sertão baiano às ruas. Episódio ocorre na semana em que um ataque a uma casa noturna gay nos EUA chocou o mundo. Delegado que investiga o caso acredita que crime teve motivação homofóbica

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Os professores da rede estadual de ensino da Bahia, Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira, eram muito queridos na cidade de Santa Luz, a 260 quilômetros de Salvador.

Na última sexta-feira (10), eles foram mortos às margens da rodovia BA-120. Os corpos foram encontrados carbonizados no porta-malas do carro de Edivaldo e só foram reconhecidos pela arcada dentária.

O crime aconteceu no mesmo fim de semana do massacre a em uma boate gay de Orlando que deixou 49 mortos e 53 feridos. Edivaldo e Jeovan eram assumidamente homossexuais.

De acordo com o delegado que apura o caso do assassinato dos professores baianos, uma das hipóteses é que o crime tenha sido motivado por homofobia. “Eles eram muito amigos e muito queridos na cidade. Também não teriam inimigos. Já ouvimos várias pessoas e por enquanto não descartamos nenhuma hipótese”, disse o delegado em entrevista à BBC Brasil.

Amigos das vítimas relatam que eles eram extremamente ligados. “Quando Nino comprou o carro, o que foi usado no crime, Jeovan quem o ensinou a dirigir”, contou uma amiga dos professores.

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Edivaldo tinha 31 anos e era conhecido como Nino. Formado pela Universidade do Estado da Bahia, ele era diretor da Escola Municipal Pedro Juvelino, em Limeira, zona rural de Santa Luz. Ele ensinava Química e Biologia no Colégio Estadual José Leitão, também em Santa Luz.

Jeovan, que também era formado pela Uneb, era professor de Física no Colégio Ação e vice- diretor no Colégio Estadual José Leitão, o mesmo em que Nino lecionava.

Ninguém foi preso até o momento. Dois adolescentes chegaram a ser ouvidos pela polícia, mas foram liberados.

Na última segunda-feira (13), milhares de moradores da pequena cidade foram às ruas lamentar o crime bárbaro, pedir agilidade nas investigações e exigir mais segurança.

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“Longe dos parques temáticos, do turismo cosmopolita e sem gozar do mesmo prestígio internacional de Orlando, Santaluz encurtou a distância geográfica da metrópole americana”, escreveu o jornalista baiano André Uzêda, do portal Aratu Online, em texto sobre o episódio.

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(Imagem: Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira)

com informações de BBC Brasil e mídia local

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