Redação Pragmatismo
Barbárie 19/Mai/2016 às 22:51 COMENTÁRIOS
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Crianças são amarradas a pedras enquanto mães trabalham

Publicado em 19 Mai, 2016 às 22h51

Crianças que chegam a ter menos de dois anos são amarradas a pedras na calçada, expostas ao sol e sob temperaturas de mais de 40ºC na Índia enquanto mães trabalham

Shivani é uma criança de um pouco mais de um ano que passa pelo menos nove horas por dia, sob temperaturas de mais de 40ºC, amarrado a uma pedra na rua, perto de onde sua mãe trabalha.

Uma fita, com a inscrição “perigo”, está amarrada ao tornozelo dela em uma área de construção civil, onde ela chora constantemente e tenta se mover.

Sua mãe, Sarta Kalara, diz que não tem outra opção além de amarrar a pequena Shivani à pedra enquanto seu marido e ela trabalham para ganhar 250 rúpias (cerca de US$ 3,8, o equivalente a R$ 13,50) cavando buracos para cabos de eletricidade na cidade de Ahmedabad, na Índia.

“Ela fica amarrada para não ir para a rua. Meu filho mais velho tem 3 anos e não é capaz de controlá-la”, disse a mãe de 23 anos, escondendo o próprio rosto com seu sari enquanto a criança fica exposta.

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“Esta área tem o trânsito muito movimentado, não tenho outra opção. Faço para a própria segurança dela”.

Enquanto Shivani, que já anda, está amarrada, os homens bebem água e as mulheres fazem uma pausa no trabalho para alimentar os filhos –alguns deles também amarrados às pedras pelo tornozelo.

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Existem cerca de 40 milhões de pessoas trabalhando em construções na Índia, uma em cada cinco é mulher, e a maioria é de imigrantes pobres que mudam constantemente de cidade em busca de trabalho.

Pelo país, não é incomum ver crianças pequenas rolando na areia e na lama enquanto seus pais carregam tijolos ou cavam buracos nas ruas.

Muitas destas famílias vivem em tendas ou dormem a céu aberto, como a família de Sarta e Shivani.

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A unidade indiana da ONG Save the Children diz que creches são raras e custam caro.

“Deveriam existir creches, tanto do governo como das construtoras. Deveria existir um lugar seguro para estas crianças. Nestes lugares, há o risco real de que elas se machuquem”, afirma Prabhat Jha, da Save the Children.

Reuters e UOL

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