Redação Pragmatismo
Direita 30/Out/2015 às 17:21 COMENTÁRIOS
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Os bastidores do tumulto envolvendo Suplicy e Haddad na Livraria Cultura

Publicado em 30 Out, 2015 às 17h21

"Minha vontade era defender Suplicy, mas tive receio". Estudante de jornalismo que estava na sabatina de Fernando Haddad na Livraria Cultura conta o que aconteceu

Suplicy Haddad Livraria Cultura

Carolina Castro, DCM

No último sábado estive em um evento promovido pela rádio CBN, que tinha como objetivo sabatinar o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Na plateia, eram 150 lugares destinados ao público em geral. Foram distribuídas senhas uma hora antes do evento começar. Ou seja, um evento aberto a participação de qualquer pessoa.

O bate boca na plateia não demorou a começar. Pixulecos surgiram. Coxinhas x petralhas. A mesma conversa de sempre. Debate raso. A gritaria imperava.

A jornalista e mediadora do evento não demorou a se vender ao público e logo dar o microfone para quem berrava mais. Era uma maneira de conseguir tocar o programa que estava sendo transmitido ao vivo. A promessa das melhores perguntas, aquelas feitas por escrito e entregues à equipe da CBN, logo caiu por terra. Ou seja, ela criticou as alianças políticas do prefeito, mas fez o mesmo – ou pior.

Quando outras pessoas que estavam na plateia pediam silêncio, os exaltados diziam que aquilo era democracia.

Na saída do teatro Eva Herz as pessoas que tumultuaram o evento, que estavam ali não para debater mas apenas gritar, pronunciavam frases como: “Vai para Cuba, Vai para Cuba” e “Comunista, vai estudar”.

Suplicy, que estava presente ao debate, tentou dialogar com eles, em vão. Foi agredido verbalmente diversas vezes, com os gritos de “Suplicy, vergonha nacional”, e acabou se exaltando também. Desistiu de conversar quando dedos apontavam seu rosto, já muito próximo de uma agressão física.

Minha vontade era defender Suplicy, mas tive receio. Celene Carvalho, a manda chuva do grupo,chegou a agredir um jovem que também participava do evento.

Os demais participantes, que estavam ali para debater e não apenas tumultuar, culparam a Livraria Cultura por não tomar nenhuma atitude mais contundente Afinal, agressões ocorreram lá dentro. Mas logo Suplicy se pronunciou e isentou a livraria de culpa.

Mais uma vez: eram pessoas orquestradas para ofender e acabar com o debate. Não queriam debater propostas e ideias. Fernando Haddad se mostrou completamente intocado pelo ocorrido e saiu com escolta.

Sem dúvida é mais preparado a esse tipo de incidente que Suplicy.

A sabatina não foi proveitosa para ninguém. Tive dó de nós. De todos nós. Dos jornalistas, da plateia, da população que pensa que ganhar no grito é democrático. Pobres de nós.

(Vídeo)

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