Redação Pragmatismo
Xenofobia 10/Set/2015 às 10:15 COMENTÁRIOS
Xenofobia

Repórter que chutou refugiados sírios diz que não vai pedir desculpas

Publicado em 10 Set, 2015 às 10h15

Repórter húngara da "N1", rede de televisão de extrema-direita, chocou o mundo esta semana ao ser flagrada chutando refugiados sírios (incluindo crianças). Demitida da emissora, ela reconheceu os seus atos, mas não pediu desculpas

Petra László repórter húngara
Pai que carregava mochila nas costas e filho no colo cai após levar chute da repórter Petra László (Independent)

A repórter húngara que chutou refugiados sírios e fez outros tropeçarem [vídeo abaixo] quando chegavam ao país desde a Sérvia reconheceu sua ação, mas não quis dar explicações e não pediu desculpas, informou nesta quarta-feira (9) a emissora em que trabalhava.

Petra László, repórter da rede de televisão “N1”, de viés de extrema-direita, pôs o pé na frente de um homem que corria com seu filho nos braços fugindo de um controle policial em Röszke, após passar a noite ali em condições precárias.

Em outras imagens ela é vista chutando vários refugiados, incluída uma menina.

O canal privado húngaro “N1” demitiu a jornalista e afirmou que ela “reconheceu sua ação, embora não tenha dado explicações” sobre seu comportamento.

Segundo o site “hvg”, a repórter desligou seu telefone celular e é impossível contatá-la.

No Facebook foi aberta uma página “Muro da vergonha Petra László”, que já com mais de 15 mil “curtidas”.

repórter húngara Petra László
Petra László

Nelas são recolhidas notas publicadas sobre o caso no mundo, desde Estados Unidos até países árabes, em que os usuários criticam o comportamento da repórter.

Algumas opiniões tacham o caso em húngaro, inglês, árabe e português, entre outros idiomas, de uma vergonha e afirmam que a jornalista representa o pior da humanidade.

O partido de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anunciaram hoje que denunciarão a repórter por agredir refugiados.

O Comitê Helsinque pelos direitos humanos assinalou que, como o repórter chutou várias pessoas, se condenada poderia enfrentar uma pena de prisão de entre um e sete anos, já que os fatos têm o agravante de a violência ter sido dirigida contra membros de um coletivo.

No ponto de reunião de Röszke, houve nos dias anteriores várias tentativas de fuga e protestos dos refugiados, que se queixam de precisarem esperar muito tempo ali e passar inclusive noites ao relento.

Este ponto é o primeiro para onde são levados os refugiados que cruzam a fronteira e onde devem esperar antes de serem transferidos aos centros de registro.

Vídeo:

EFE

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