Redação Pragmatismo
EUA 30/Set/2015 às 10:08 COMENTÁRIOS
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EUA ignoram apelo do papa Francisco e executam detenta

Publicado em 30 Set, 2015 às 10h08

Apesar de apelo do papa e vários recursos, detenta é executada nos EUA. Kelly Gissendaner era a única mulher no corredor da morte no Estado da Geórgia. Os três filhos de Gissendaner alegaram que perdoaram a sua mãe pela morte do pai e intercederam a seu favor, alegando que ela estava regenerada

Kelly Gissendaner pena morte EUA
Kelly Gissendaner durante cerimônia de graduação na penitenciária. Filhos afirmam que perdoaram a mãe e que ela estava regenerada (divulgação)

Apesar do apelo do papa Francisco e de vários recursos apresentados pela sua defesa, a detenta Kelly Gissendaner foi executada no início da madrugada desta quarta-feira (30) pelo Estado da Geórgia, nos Estados Unidos.

Única mulher no corredor da morte no Estado, Gissendaner foi declarada morta à 0h21 (1h21 de Brasília), depois de receber uma injeção letal, na prisão estadual de Jackson. Ela foi condenada por ter planejado a morte do marido, em 1997.

Depois da rejeição dos pedidos de clemência pela Junta de Perdão e Liberdade Condicional do Estado da Geórgia, os advogados da prisioneira entraram com recursos na Suprema Corte do país. Os pedidos, no entanto, também foram rejeitados, e a execução foi cumprida, apesar de adiada por algumas horas.

A execução de Gissendaner estava prevista inicialmente para o início deste ano, mas foi suspensa em duas ocasiões devido a uma tempestade invernal que castigou o Estado e por problemas relacionados com a droga utilizada na injeção letal.

Apelo do papa

Em nome do papa Francisco, a Nunciatura Apostólica dos Estados Unidos solicitou nesta terça-feira (29) em carta à junta estadual o cancelamento da execução de Gissendaner, que foi a primeira mulher a receber a pena capital na Geórgia em 70 anos.

Sem querer minimizar a “gravidade do crime”, o papa Francisco pediu, por meio de uma carta enviada pelo núncio apostólico Carlo Maria Vigano, clemência para a mulher. “Suplico (…) a sua junta diretiva a comutação da pena por uma que expresse melhor a justiça e a misericórdia”, declarou Vigano na carta à Junta de Perdão e Liberdade Condicional.

Na quinta-feira passada o papa Francisco, que realizou uma visita de seis dias aos EUA, pediu perante o Congresso americano a abolição da pena de morte.

Filhos perdoaram a mãe

A Junta de Liberdade Condicional aceitou escutar os argumentos a favor de Gissendaner, mas novamente negou o pedido da condenada para que a pena capital fosse comutada por prisão perpétua.

Os cinco integrantes da junta escutaram durante 45 minutos o pedido de clemência por parte do filho mais velho de Gissendaner, Brandon Brookshire, para posteriormente atender a família da vítima.

Os três filhos de Gissendaner alegaram que perdoaram sua mãe pela morte de seu pai e intercederam a seu favor, argumentando que ela se regenerou e é uma pessoa diferente após passar décadas na prisão.

Execução “inédita”

Kelly foi sentenciada à pena capital por planejar junto com seu amante, Gregory Bruce Owen, a morte de seu marido Doug Gissendaner em 1997.

Owen, o autor material do assassinato, foi condenado à prisão perpétua após testemunhar contra Gissendaner no julgamento.

Kelly Gissendaner é a primeira pessoa a ser executada na Geórgia sem ter sido quem cometeu diretamente o crime, desde que se restabeleceu a pena capital nos anos 1970, de acordo com o Centro de Informação sobre a Pena Capital (DPIC, sigla em inglês).

Lena Baker, eletrocutada em 1945, foi a última mulher executada no Estado da Geórgia acusada de assassinato, pena da qual foi oficialmente perdoada em 2005 depois que a Justiça considerou que ela agiu em legítima defesa.

informações de Agências Internacionais e UOL

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