Redação Pragmatismo
Polícia Militar 29/Set/2015 às 16:33 COMENTÁRIOS
Polícia Militar

Ele tinha 11 anos, 80 centavos no bolso e foi assassinado com um tiro fatal

Publicado em 29 Set, 2015 às 16h33

Herinaldo Vinicius, 11 anos, estava indo comprar bola de 'pingue-pongue' com 80 centavos no bolso quando foi assassinado. Moradores afirmam que 'policiais atiraram no susto'. ‘Quero a minha mãe’, disse o menino antes de morrer

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Herinaldo Vinicius de Santana, de 11 anos, morto após ser baleado no tórax na última semana no Complexo do Caju (RJ), “estava indo comprar uma bolinha de pingue-pongue” quando foi atingido, segundo uma amiga relatou.

“Tinha 80 centavos no bolso. Os policiais [da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju] levaram um susto e atiraram contra ele. Não tinha bandido nenhum. Nessa hora, todos em volta se desesperaram. Quando viram que estava morto, as pessoas começaram a gritar. A última frase dele foi ‘Quero a minha mãe’. Mas, quando ela chegou, já estava morto”, afirmou a jovem ao portal Extra.

“Ele era um ótimo garoto. Sempre disposto a ajudar. A mãe dele era muito preocupada com ele, sempre falava para não ficar na rua até tarde. Vai deixar saudade”, conclui.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Herinaldo Vinicius de Santana deu entrada na UPA da Maré às 16h. Foram feitas manobras de ressuscitação, mas o menino morreu pouco depois. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), foi aberto um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias da morte.

Policiais afastados

A polícia afastou das ruas e recolheu as armas de cinco PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, no Rio, envolvidos na morte do menino Herinaldo

Eles prestaram depoimento na sede da Divisão de Homicídios (DH) da Capital e foram afastados das ruas pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP).

Amigos lamentam

Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte de Herinaldo. “Queremos justiça. Hoje foi ele, amanhã pode ser outra criança. Ele não merecia isso, o garoto era bom, sempre andava sorrindo, aí vem um policial e tira a vida do garoto. É lamentável , não acredito, tá dificil suportar isso(…)”, escreveu uma amiga.

Outra pessoa escreveu uma mensagem de consolo para o irmão da vítima: Amigo, nada nesse mundo fica como a gente quer, meus pêsames. Você não sabe a vontade que eu estou tendo de te ver, te abraçar, abraçar sua mãe e dividir a dor de vocês. Eu só peço que você fique bem, e muito mais forte do que você já é, nego. Seu irmãozinho está em um lugar bem melhor do que esse, e ele te quer sorrindo (…) #lutoVinicius”, escreveu.

Protestos

Após a morte do menino, sucessivos protestos aconteceram na pista lateral da Avenida Brasil, no sentido Zona Oeste, na altura de Benfica. As manifestações continuaram pela Linha Vermelha, no trecho do Caju, que também chegou a ser fechada.

Aulas suspensas e enterro conturbado

Várias escolas da região suspenderam as aulas por conta da trágica morte do menino Herinaldo, no Complexo do Caju.

Durante o enterro do garoto, policiais militares presentes no Cemitério do Caju foram hostilizados por moradores e familiares, que levaram cartazes afirmando que PMs “mataram inocente”. Também houve pedidos de “fora UPP”.

De acordo com o governador Luiz Fernando Pezão, se ficar comprovada a participação dos policias na morte do menino de 11 anos, “haverá punição” aos militares.

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