Redação Pragmatismo
Mulheres violadas 19/Jun/2015 às 17:08 COMENTÁRIOS
Mulheres violadas

'Ranking' da USP expõe vida sexual de alunas e revolta estudantes e professores

Publicado em 19 Jun, 2015 às 17h08

Cartaz com espécie de ‘ranking’ da vida sexual de alunas da USP Piracicaba (Esalq) foi considerado preconceituoso e ofensivo por estudantes e professores. Material também cita homossexuais. Instituição afirma que irá apurar o caso

ranking usp Piracicaba
USP Piracicaba se envolve em polêmica por ranking sexual de alunas (Imagem: Reprodução)

O clima predominante na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), unidade da Universidade de São Paulo (USP) situada em Piracicaba, nos últimos dias foi de repúdio, vergonha e revolta. O motivo: um cartaz que foi pendurado por um grupo de estudantes locais no Centro de Vivência do campus.

O professor Antonio Ribeiro de Almeida Junior, da Esalq, pesquisa diferentes tipos de abusos nas universidades há 14 anos e chegou a relatar casos de violência à CPI dos Trotes no início do ano. Ele disse que o ranking comprova a existência de uma cultura da discriminação no campus. “O cartaz tem caráter de assédio e conteúdo difamatório intencional”, disse.

De acordo com o professor, materiais como esse já foram produzidos antes, mas nunca tinham sido expostos como aconteceu nesse caso. “Foi a primeira vez que colocaram em local público. Isso dá margem para que as pessoas, reconhecidas por seus codinomes, sejam discriminadas”, criticou. Segundo ele, o cartaz também cita homossexuais.

A aluna da Esalq e integrante do Diretório Central dos Estudantes, Élice Natalia Botelho, de 22 anos, ficou revoltada com o conteúdo do cartaz e se posicionou sobre o abuso em uma rede social na internet.

m trecho de texto de repúdio, ela afirma: “Percebi que os níveis de machismo, lgbtfobia e racismo da Esalq não param de piorar. (…) Pensei que a CPI de Violação de Direitos Humanos das Universidades Estaduais Paulistas tivesse alertado as pessoas, mas a prova [cartaz com o ranking] mostra que, na verdade, tem gente que está no caminho oposto”.

A jovem contou que algumas meninas se juntaram e fizeram cartazes de repúdio ao material exposto no final de maio com os termos preconceituosos, mas os primeiros protestos também foram retirados do Centro de Vivência. “Foram arrancados por alguém que se incomodou e, após isso ter ocorrido, elas voltaram a fazer mais cartazes”, afirmou.

A Esalq publicou nota com um posicionamento oficial sobre o caso. Confira:

No início do mês de junho, a Diretoria da ESALQ tomou ciência da existência de material que foi exposto no mural do Centro de Vivência do Campus “Luiz de Queiroz” apresentando conteúdo inadequado ao ambiente universitário qualificado. Tendo em vista a ocorrência, a Diretoria da ESALQ informa que uma Comissão Sindicante já está atuando na apuração dos fatos.

com informações de Terra Magazine e G1

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