Redação Pragmatismo
Ditadura Militar 02/Abr/2015 às 16:54 COMENTÁRIOS
Ditadura Militar

Nomes de ditadores em escolas do Maranhão são substituídos por educadores

Publicado em 02 Abr, 2015 às 16h54

Escolas do Maranhão trocam nomes de presidentes da ditadura por educadores. Paulo Freire e Vinícius de Moraes estão entre os nomes que substituíram os de ditadores. Funcionários, estudantes e moradores da comunidade escolheram os novos nomes através de votação democrática

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Escolas do Maranhão trocam nomes de presidentes da ditadura por educadores (divulgação)

Em lembrança pelos 51 anos do golpe que derrubou o presidente João Goulart, o governo do Maranhão mudou o nome de dez escolas públicas em nove cidades com nomes de militares identificados com a ditadura. São três ex-presidentes: seis levam o nome de Castello Branco, dois de Emílio Garrastazu Médici e outros dois, de Costa e Silva. A alteração remete ao Decreto 30.618, de 2 de janeiro, assinado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) logo depois de sua posse. Segundo o chefe do Executivo maranhense, a escolha foi feita pelas próprias comunidades escolares.

O decreto do início de mandato veda atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente ou sob gestão do estado. Parágrafo único estabelece que esse veto se estende a pessoas, mesmo mortas, que tenham constado do relatório final da Comissão Nacional da Verdade “como responsáveis por crimes cometidos durante a ditadura”. “O relatório aponta graves infrações aos direitos humanos cometidos durante esse período e nomeia os responsáveis por esses crimes. O estado do Maranhão não mais homenageará os responsáveis por crimes contra a humanidade”, diz Flávio Dino.

Duas das dez escolas, nos municípios de Loreto e Timbiras, receberão o nome do educador Paulo Freire. Uma unidade de ensino em Timbiras passará a ser chamar Vinícius de Moraes, em homenagem ao poeta, diplomata e compositor. Na capital, São Luís, a escola recebe a denominação de Jackson Lago, ex-governador, morto em 2011. Em Gonçalves Dias (cidade cujo nome homenageia o poeta autor da Canção do Exílio), a escola local, construída um ano depois do golpe, em 1965, muda de Castello Branco para Sulamita Lúcio do Nascimento, pioneira da educação do município.

RBA

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