Redação Pragmatismo
Geral 11/Mar/2015 às 17:46 COMENTÁRIOS
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O sistema de 'aluguel de maridos' em Moscou

Publicado em 11 Mar, 2015 às 17h46

Prefeitura de Moscou anuncia criação de sistema de 'aluguel de maridos' como serviço social. Governo quer oferecer tarefas 'tradicionalmente feitas por homens'; há anos, serviços baseados em estereótipos de gênero são explorados por empresas russas

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A Prefeitura de Moscou quer fornecer um sistema de “aluguel de maridos” como novo serviço social aos habitantes da capital russa, reportou a imprensa local nesta terça-feira (10/03).

A proposta é oferecer tarefas “tradicionalmente feitas por homens” dentro das residências, como “trocar lâmpadas e instalar móveis”, explica Andrei Besshtanko, vice-chefe do departamento de proteção social da prefeitura, ao jornal Izvestia.

Com duração de uma hora, o projeto será gratuito aos moscovitas que comprovarem ter uma renda inferior a 18 mil rublos, o equivalente a R$ 900. Para outros cidadãos, o serviço terá uma taxa que variará entrer 60 a 230 rublos (R$ 3 a R$ 11,50), abaixo do preço do mercado.

No setor privado, já existem dezenas de companhias que oferecem essa modalidade na Rússia. No entanto, empresários alegam que, desde a desvalorização crescente do rublo após sanções internacionais no fim do ano passado, esse setor do mercado esfriou com a falta de demanda.

Na Rússia, o papel social do homem como chefe de família e da mulher como mãe e responsável pelo lar são ainda muito fortes. Há anos, serviços domésticos engessados em estereótipos de gênero são explorados por empresas russas.

Em 2013, uma companhia criou “Esposa ideal – por uma hora”. Por 800 rublos (R$ 55), é possível contratar a “esposa básica”, que executa “todos os serviços de limpeza – desde a faxina rotineira até limpezas químicas mais complexas”.

Entre a população russa, prevalece a ideia de que não existe discriminação de gênero no país, apesar de os dados de acesso a emprego, salário e violência contra a mulher demonstrarem o contrário.

Segundo Elena Mezentseva, do Centro de Estudos de Gênero de Moscou, o salário das mulheres equivalia a 70% do masculino nos anos 80; na década de 90, 52%; nos anos 2000; 50%. Os dados de violência doméstica também não são otimistas: uma mulher é morta a cada 40 minutos no país, vítima de violência.

Opera Mundi

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