Redação Pragmatismo
Cultura 06/Fev/2015 às 12:10 COMENTÁRIOS
Cultura

7 curiosidades sobre Bob Marley, maior expoente do Reggae no mundo

Publicado em 06 Fev, 2015 às 12h10

Na infância, Bob Marley lia mãos, chegou a ser preso duas vezes por porte de maconha e, após atentado político, subiu no palco ainda ferido por tiro. No dia em que Bob completaria 70 anos, conheça sete curiosidades sobre o lendário artista jamaicano

bob marley 70 anos
Bob Marley completaria hoje 70 anos. Fãs celebram mundo afora. Rei do reggae teve morte precoce, em 1981, com apenas 36 anos

Vanessa Martina Silva, Opera Mundi

Maior expoente do reggae mundial e um dos principais responsáveis pela difusão da cultura e da religião rastafari, o jamaicano Bob Marley completaria 70 anos nesta sexta-feira (06/02). Para marcar a data, a Jamaica realizou uma semana de celebrações e diversos eventos estão sendo realizados em todo o mundo para homenageá-lo. Um álbum inédito também será lançado hoje pela Universal Music com as gravações realizadas por um fã durante a turnê promocional do álbum Kaya de 1978.

Bob nasceu em 6 de fevereiro de 1945 na cidade de Saint Ann, no interior da Jamaica. Tornou-se mundialmente conhecido pelo grande senso de justiça em suas letras, pela defesa da libertação nacional, do empoderamento dos negros, da luta contra o racismo e pela universalização dos direitos civis. Como reconhecimento desse papel, as Nações Unidas lhe concederam a Medalha da Paz do Terceiro Mundo, em 1978. Na Jamaica, também recebeu as três maiores condecorações: Honra ao Mérito da Jamaica, “Order of Merit”, Herói Nacional e o “Order of the National”, que é reservado para governadores, generais e premiês.

A qualidade musical e Bob Marley e o grupo que o acompanhava, o The Wailers, foi reconhecida com diversos prêmios. A BBC classificou a música “One Love” como sendo a canção do milênio e o cantor e compositor foi eleito o 11º maior artista de todos os tempos pela revista Rolling Stones.

Na única visita que fez ao Brasil, declarou: “Músicos devem ser porta-vozes para as massas oprimidas. No nosso caso, a responsabilidade é ainda maior por causa de nossas crenças religiosas. A filosofia do reggae explica tudo isso. O reggae se propagou a partir dos guetos, e tem sido sempre fiel a suas origens, trazendo ao mundo uma mensagem de revolta, protesto e luta pelos direitos humanos”.

1) Criança sensitiva
Quando tinha quatro anos, Bob começou a pressagiar a partir da leitura da palma da mão. Como as previsões invariavelmente eram acertadas, ficou conhecido na região. Um dia, quando já era famoso, voltou a Kingston e uma mulher pediu que ele lesse a mão dela. Diante do pedido, respondeu: “Eu não estou mais lendo mãos. Estou cantando agora”.

2) Prisão
Em 1968, Bob passou um mês na prisão na Jamaica por porte de maconha. Durante este tempo, conheceu alguns prisioneiros com os quais criou forte relação. Eles o motivaram a escrever músicas com mensagens políticas mais contundentes. Em 1977, voltou a ser detido pelo mesmo motivo, em Londres. Devido ao uso religioso da maconha pelos rastafaris, Bob foi um ativo defensor de sua legalização.

3) Futebol
Bob nutria uma grande paixão pelo futebol e chegou a jogar na equipe jamaicana House of Dread. Em uma de suas fotos mais famosas no Brasil, aparece com o cantor Chico Buarque após uma “pelada” no Rio de Janeiro em 1980, com os funcionários do selo Ariola contra alguns dos artistas contratados pela gravadora no Brasil, como Chico Buarque, Alceu Valença e Toquinho. Na ocasião, ganhou e vestiu a camisa 10 do Santos.

4) Atentado
Em 3 de dezembro de 1976, em meio à efervescência política e à violência causada por gangues na Jamaica, que vivia um clima de guerra urbana, Bob Marley decide fazer uma apresentação gratuita como forma de pregar a paz e a unidade da juventude no país. O primeiro-ministro jamaicano Michael Manley apoiou o evento como forma de apaziguar os ânimos às vésperas das eleições. Durante um ensaio em sua casa, ele, a esposa, Rita Marley, integrante da banda, e o empresário Don Taylor foram baleados e levados ao Hospital Universitário. As motivações do atentado nunca foram esclarecidas.

Dois dias depois, Bob, mesmo sabendo dos riscos que corria, resolveu fazer sua apresentação durante o evento “Smile Jamaica”. Ele e Rita subiram ao palco com os curativos e, ao ser questionado sobre o fato de comparecer ao show mesmo baleado, o músico disse a célebre frase: “As pessoas que estão tentando destruir o mundo não tiram um dia de folga. Como posso, eu, tirar, se estou fazendo o bem?” Após o ocorrido, o casal decidiu ir morar em Londres, por questão de segurança, e ficou oito meses sem tocar na Jamaica.

5) Cultura rastafari
Além de ser o maior expoente do gênero musical reggae, Bob Marley também é considerado o responsável por disseminar a cultura rastafari pelo mundo. Em suas falas e canções, Bob transmitia o estilo de vida da religião da qual era adepto, cujos valores mais fundamentais eram: a soberania negra e valorização das raízes africanas, além do desejo de retorno à África, a terra prometida.

Na Etiópia, terra de Haile Selassie I, considerado um deus e a máxima encarnação do poder da religião rastafari, Bob é considerado herói nacional. Em 2005, Rita Marley afirmou que iria exumar os restos de Bob e enterrá-lo em um “local de descanso espiritual” na Etiópia. A declaração gerou fortes protestos na Jamaica.

6) Estupro
Um dos pontos mais controversos da história de Bob Marley veio à tona em 2004 quando Rita, que lançava o livro “No Woman No Cry: Minha Vida com Bob Marley”, deu depoimentos controversos à imprensa britânica sobre seu relacionamento com Bob. Na ocasião, tabloides ingleses deram uma ampla repercussão à declaração em que ela dizia ter sido estuprada pelo marido. Após a história ter tomado grandes proporções, Rita concedeu novas entrevistas esclarecendo que suas declarações foram retiradas do contexto e que seu marido “não era um estuprador”.

7) Morte
Durante uma partida de futebol em Londres em 1977, Bob machucou o dedão do pé direito e, como consequência do ferimento não tratado, a unha do pé caiu. Somente em 1980, quando o ídolo passou mal no palco em uma turnê nos EUA, descobriu-se que na verdade ele tinha uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. A recomendação médica foi para que amputasse o dedo, mas ele recusou o procedimento devido à crença rastafari.

O câncer se espalhou para o resto do corpo, afetando cérebro, pulmão e estômago. O músico foi se tratar na Alemanha com o médico naturalista Joseph Issels, mas após oito meses de tratamento, foi desenganado. Decidiu, então, voltar à Jamaica para morrer junto a família e amigos, mas no meio da viagem teve que ser internado às pressas em Miami, onde morreu no dia 11 de maio de 1981, na companhia da mãe, quando estava no auge da carreira, aos 36 anos de idade.

VEJA TAMBÉM: Como Bob Marley, Elvis Presley, John Lennon e outros astros estariam hoje?

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS