Redação Pragmatismo
Mundo 07/Ago/2014 às 19:20 COMENTÁRIOS
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Rússia contra-ataca EUA e União Europeia e fecha mercado

Publicado em 07 Ago, 2014 às 19h20

Após ser boicotada, Rússia fecha mercado a quase todos os alimentos perecíveis de União Europeia e EUA. Moscou busca países latino-americanos para substituir importações agrícolas e Brasil sai diretamente beneficiado

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Rússia responde a boicote de EUA e União Europeia e também fecha mercado. Países latino-americanos lucram com medida (Imagem: Pragmatismo Político)

A Rússia deu nesta quinta-feira (07/08) um duro golpe no setor agroalimentar do Ocidente ao proibir por um ano a importação de todos os alimentos perecíveis procedentes dos países que adotaram sanções contra Moscou por seu papel na crise da Ucrânia.

“A Rússia adota a proibição total para a importação de carne de vaca, porco, verduras e hortaliças, frutas, aves, pescado, queijos, leite e produtos lácteos” de União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Noruega, anunciou o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.

A histórica medida – que afeta sobretudo os produtores da União Europeia, principal parceiro de Moscou – abre uma nova e perigosa etapa nas relações comerciais entre Rússia e os países incluídos no embargo. Só no caso da UE, as exportações do setor agroalimentar à Rússia subiram em 2013 para cerca de 12 bilhões de euros, advertiu hoje o embaixador dos 28 países em Moscou, o lituano Vygaudas Usackas.

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Um dos países mais prejudicados pela medida será a Holanda, em primeiro na fila na hora de impulsionar as sanções contra a Rússia depois que 196 cidadãos seus morreram na queda do voo MH17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia, em uma região controlada pelos separatistas pró-Rússia.

A Rússia é o segundo mercado para os produtos agroalimentares holandeses, segundo reconheceu a patronal setorial desse país.

Bruxelas não demorou em qualificar de “políticas” as medidas adotadas por Moscou e antecipou que poderia responder com sanções simétricas, algo que poderia derivar em uma autêntica guerra comercial entre dois parceiros privilegiados até há muito pouco.

A ofensiva comercial de Moscou contra os interesses do Ocidente poderia ter continuação, sobretudo se EUA e UE cumprirem com suas ameaças e impuserem novas sanções à Rússia por não contribuir para o acerto da crise na Ucrânia.

Moscou estuda proibir os voos de passagem procedentes dos Estados Unidos e da União Europeia sobre seu território em resposta às sanções do Ocidente por causa da crise ucraniana, algo que representaria um alto custo acrescentado para as companhias aéreas desses países.

“Até o último momento tínhamos acreditado que nossos colegas ocidentais entenderiam que as sanções são um beco sem saída. Mas não o entenderam”, ressaltou Medvedev ao anunciar o embargo. Ele acrescentou que as medidas “têm um caráter de resposta” às sanções adotadas contra a Rússia e serão revisadas no caso de os países afetados mudarem de postura e retirarem suas sanções.

Latino-americanos lucram com boicote à Rússia

Os grandes beneficiados pelo veto russo aos produtos alimentícios do Ocidente são os países latino-americanos, aos quais a Rússia já sondou para substituir as mercadorias europeias. O diretor do Serviço de Inspeção Agrícola e de Criação de Gado russo, Sergei Dankvert, se reuniu hoje com os embaixadores equatoriano, chileno e uruguaio, e deve fazer o mesmo com representantes de Brasil e Argentina.

O funcionário russo destacou durante a reunião que a atual conjuntura mundial oferece grandes possibilidades para que os países latino-americanos aumentem suas exportações agroalimentares ao mercado russo.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou ontem a proibição ou limitação por um ano das importações de produtos agrícolas, matérias-primas e alimentos procedentes dos países que seguiram as sanções contra a Rússia.

As sanções ocidentais, dirigidas contra bancos públicos como o Gazprombank, petrolíferas como a Rosneft e empresas do setor da defesa, já obrigaram o governo russo a rever sua estratégia econômica e orçamentária para este ano e para o próximo.

Agência Efe

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