Redação Pragmatismo
Homofobia 16/Mai/2014 às 17:04 COMENTÁRIOS
Homofobia

Travesti é assediada e agredida dentro de ônibus

Publicado em 16 Mai, 2014 às 17h04

Travesti é assediada, ameaçada e agredida em ônibus. Após reclamar de homem que a apalpava, estudante é ameaçada com uma faca por outro passageiro

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Não bastasse o assédio, outro passageiro saiu em defesa do abusador “Isso é um viado. Um traveco!” (Reprodução / Facebook)

No caminho para a faculdade, Sofia Ricardo sofreu agressões físicas e verbais por ser travesti. A estudante, que cursa psicologia, estava ontem (15) em um ônibus em Aracaju (SE) quando sentiu um homem a apalpando. Ao reclamar em voz alta, o abusador negou o assédio. Em seguida, ela foi vítima de mais transfobia.

Não bastasse o assédio, outro passageiro decidiu defender o abusador e ofender Sofia. “Você não apalpou uma mulher não rapaz, isso é um viado! Um traveco! Deve tá indo fazer programa!”, gritou o homem. Pela página que possui, Travesti Reflexiva, a estudante contou que as pessoas que presenciavam a cena riram da situação.

Sofia revidou o comentário, afirmando que era travesti e que estava a caminho da faculdade, mas mesmo que fosse prostituta ninguém teria o direito de assediá-la. Nesse momento, o rapaz tirou uma faca da mochila e começou a ameaçá-la. “Ele me mandou descer do ônibus. Segundo ele, ‘ia tirar o demônio do meu corpo’!”. Os passageiros pararam de rir, mas ficaram como espectadores.

“Esperei ele guardar a faca e disse calmamente a ele que o ônibus tinha câmera. Três meninas pediram pra descer do ônibus e ele deu espaço pra elas descerem, aproveitei e desci com elas. Nisso, ele me deu um chute enquanto eu estava no último degrau. Cai no chão. Riram de mim”, narrou Sofia. “Ele – não satisfeito – desceu e deu dois chutes na minha cabeça e disse que meu lugar era ali. No asfalto. Que eu deveria agradecer porque ele não meteu a faca em mim”, relatou.

O lugar onde a estudante caiu era em frente à faculdade que ela estuda, na Avenida Tancredo Neves. Ela feriu as mãos e os joelhos, além de ter seu celular danificado. Uma senhora a ajudou a ligar para sua mãe, que a levou para a delegacia. Sofia realizou o Boletim de Ocorrência, foi à empresa de ônibus para conseguir as gravações e vai fazer perícia no Instituto Médico Legal.

Revista Fórum

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