Redação Pragmatismo
Capitalismo 23/Out/2013 às 16:22 COMENTÁRIOS
Capitalismo

Os escravos da Barbie

Publicado em 23 Out, 2013 às 16h22

Jornadas de 13 horas, salários miseráveis e habitações superlotadas. Essas foram as condições encontradas em fábricas subcontratadas da Mattel na China

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Empregados trabalham até 13 horas por día por um salário indigno e dormem em casas superlotadas (Reprodução)

De abril a setembro, registra-se o pico da produção das empresas chinesas que fabricam brinquedos que estarão ao pé da árvore de Natal, em dezembro. Uma prenda clássica desta ocasião é a mais famosa das bonecas, Barbie, criada pela empresa californiana Mattel, também à frente dos artigos Fisher Price.

Para ver as condições de trabalho em que se elaboram estes produtos, a ONG China Labor Watch (CLW) infiltrou os seus investigadores entre os trabalhadores de seis fábricas durante o período de maior labor, constatando numerosas violações.

Nas conclusões do relatório, publicado pela ONG francesa Povos Solidários-Action Aid France, surge que os empregados trabalham até 13 horas por dia por um salário indigno e dormem em casas superlotadas. Outras irregularidades constatadas: os trabalhadores não recebem formação, nem equipamentos de proteção adequados.

“Os fornecedores da Mattel privaram os trabalhadores de milhões de euros ao evitar o pagamento das horas suplementares e das cotizações sociais obrigatórias, além de descontar através de fraudes as horas trabalhadas” apontam as ONGs.

A poupança levada a cabo pela Mattel ao evitar o pagamento de horas extra e cotizações sociais através destas empresas subcontratadas é fica entre oito milhões e 11 milhões de euros, segundo a CLW.

“As auditorias encomendadas pela empresa, desde há mais de 10 anos, puseram em relevo as violações do direito ao trabalho. Sem dúvida, a Mattel tomou poucas medidas corretivas importantes e com o tempo a transparência destas auditorias degradou-se”, acrescentam as organizações.

Artigo de Espanol.rfi / Tradução de António José André para Esquerda.net / via Revista Fórum

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