Redação Pragmatismo
Documentário 27/Mai/2013 às 16:27 COMENTÁRIOS
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Os artistas que enganaram Hitler na Segunda Guerra Mundial

Publicado em 27 Mai, 2013 às 16h27

Mais uma daquelas histórias impressionantes da Segunda Guerra Mundial que virou documentário: os soldados que usavam tanques infláveis e efeitos sonoros para espantar os inimigos

segunda guerra tanque inflável

O tanque inflável usado pelo exército dos EUA para enganar Hitler durante a Segunda Guera Mundial (Rick Beyer/Hatcher Graduate Library)

Mais uma daquelas histórias impressionantes da Segunda Guerra Mundial que virou documentário: era junho de 1944 quando dois franceses desavisados entraram no perímetro de segurança da Vigésima Terceira Tropa de Forças Especiais dos EUA e viram, incrédulos, quatro soldados norte-americanos carregando um grande tanque de guerra. Um dos soldados, diante da cara dos franceses, apenas respondeu: “Os americanos são muito fortes.”

No entanto, não se tratava da força dos soldados, mas da leveza do tanque que era, na verdade, feito de borracha inflável. Este episódio foi documentado numa pintura (logo abaixo) por um dos soldados da tropa, que era mais conhecida como The Ghost Army (o Exército Fantasma). O grupo, que desembarcou na França no verão de 1944, foi recrutado em faculdades de arte e em agências de publicidade e tinha como principal arma a criatividade. Sua missão? Enganar as tropas de Hitler.

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Além dos retratos da guerra que faziam esporadicamente nos tempos livres, o exército fake tinha vários recursos para espantar os soldados alemães: artilharia de borracha, efeitos sonoros e falsas transmissões de rádio faziam a tropa de artistas parecer um grande exército pronto para o ataque. Foram mais de 20 missões — algumas bastante perigosas — na França, Bélgica, Luxemburgo e Alemanha em que a capacidade de atuação dos soldados era o que lhes garantia a vida. Dentre os cerca de 1.100 jovens do grupo estavam o designer de moda Bill Blass, o fotógrafo Art Kane e os pintores Ellsworth Kelly e Arthur Singer.

segunda guerra pintura

Pintura do soldado Arthur Shilstone retrata o episódio dos franceses pasmos com a força dos americanos (Arthur Shilstone)

segunda guerra infantaria

Alto-falantes imitavam o barulhos de grandes unidades de infantaria

A “arte da guerra” feita pelos soldados fantasmas exigia muito mais do que apenas carregar os aparatos de borracha e incluía um verdadeiro trabalho cênico para despachar homens em caminhões e ficar dando voltas, aparentando a chegada de uma grande tropa; frequentar cafés franceses para espalhar fofoca entre os espiões que poderiam estar no lugar e visitar cidades vestidos de generais. Estima-se que o Exército Fantasma tenha salvado muitas vidas e sua atuação foi importante para a vitória dos Aliados no ano seguinte.

O diretor de cinema Rick Beyer contou que soube da história acidentalmente, em um café, ficou maravilhado e tratou de procurar e entrevistar os dezenove veteranos da tropa que ainda estavam vivos. O resultado está no documentário The Ghost Army, que foi lançado nessa semana na rede de televisão estadunidense PBS.

Assista ao trailer abaixo:

Amanda Amorim, Revista Samuel

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