Redação Pragmatismo
Racismo não 18/Mar/2013 às 15:53 COMENTÁRIOS
Racismo não

Trote racista com saudações nazistas gera revolta nas redes sociais

Publicado em 18 Mar, 2013 às 15h53

Trote gera polêmica com fotos de saudações nazistas e racismo. Caso ocorreu na Universidade Federal de Minas Gerais. Estudantes estão chamando reuniões e atos para debater o ocorrido. A universidade disse que ainda está apurando o caso

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Caloura esconde o rosto durante trote do curso de Direito da UFMG. (Reprodução / Facebook)

Uma menina com tinta preta pintada no corpo carrega uma placa com o texto “Caloura Chica da Silva”. Mesmo tentando esconder o rosto com o cabelo, ela aparece acorrentada e é puxada por outro colega que sorri. Essa é a cena de uma das duas imagens postadas no facebook nesta segunda-feira (18) do trote do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais e que estão provocando revolta nas redes sociais.

Na outra imagem postada três estudantes aparecem fazendo a saudação nazista ao lado de um rapaz amarrado a pilastra. Um dos rapazes chega a ter pintado no rosto um bigode parecido com o de Hitler. As fotos já têm mais de dois mil compartilhamentos nas redes sociais.

O autor das imagens ainda é desconhecido, mas estudantes de Direito confirmaram que as cenas vistas ocorreram durante o trote realizado na última sexta-feira e os estudantes que aparecem nas imagens seriam alunos do segundo semestre, responsável pela organização do trote. Os alunos que aparecem nas fotos, no entanto, ainda não foram identificados.

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De acordo com os alunos de Direito, os responsáveis pelo Centro Acadêmico do curso convocou uma reunião para hoje à noite para falar sobre o que ocorreu no trote e para evitar que o episódio se repita.

— Nossa posição é de total repúdio ao machismo, racismo e homofobia — disse Leonardo Custódio , vice-presidente do Centro Acadêmico de Direito, ao dizer que a entidade não participou da organização do trote.

A Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel) junto com o Movimento Mulheres em Luta (MML) está chamando para amanhã outra reunião para discutir propostas de combate ao trote violento.

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Estudantes fazem saudação nazista em trote da UFMG

— Essa é uma prática recorrente, desta vez escancarou. Mas a prática do trote machista, homofóbico é recorrente — disse Juliana Rocha, estudante Veterinária e integrante da Executiva Nacional da Anel.

Revolta na web

Logo que surgiram as imagens nas redes sociais, os estudantes foram duramente criticados pelos internautas. “Estes aí serão nossos futuros juízes, magistrados, advogados e políticos do país?”, argumentou Heric Maicon.

“Todo trote ofensivo ou humilhante deve ser proibido. O argumento de que ‘participa quem quer’ é ridículo, pois pressupõe uma falaciosa liberdade total de escolha do calouro. Mesmo dentro da FDUFMG ainda há quem ache graça em oprimir, submeter e achincalhar o colega. Debater o tema é urgente. Propor gincanas lúdicas e trotes solidários é o melhor caminho”, sugeriu Eduardo Araújo.

Tolerância zero

Os trotes já são problemas recorrentes na UFMG. Em março do ano passado, a direção da Universidade já havia informado que iriam punir os veteranos que insistiam em fazer as brincadeiras. A política de tolerância zero surgiu depois que estudantes de turismo relataram que duas calouras foram amarradas a um poste. Os veteranos se vestiram de policiais militares e colocaram camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando os novos universitários a chupar o objeto.

Estado de Minas

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