Luis Soares
Colunista
Política 04/Jun/2011 às 13:52 COMENTÁRIOS
Política

Após apoiar Serra três vezes, FHC fecha com Aécio para 2014

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 04 Jun, 2011 às 13h52
Aécio é o candidato tucano de FHC para 2014
Nas últimas três eleições presidenciais, Fernando Henrique Cardoso jogou a favor da candidatura de José Serra ao Palácio do Planalto pelo PSDB. Para 2014, a aposta de FHC mudou. Ela se chama Aécio Neves, senador tucano por Minas Gerais.
Na disputa de 2002, FHC atuou para viabilizar a candidatura presidencial do então ministro da Saúde, José Serra. Na época, ele bombardeou a hipótese de o à época governador do Ceará, Tasso Jereissati, conquistar a indicação tucana. FHC considerava Tasso um coronel. Via em Serra um político moderno. Serra disputou e perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando aconteceu a crise do mensalão em 2005, FHC foi um dos autores da tese de que seria melhor deixar Lula sangrar para ser derrotado em 2006. E deu impulso a Serra para disputar a indicação contra Aécio e o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mas Lula se recuperou politicamente. O fato é que Serra se assustou. Teve medo de perder para o petista e abriu caminho para Alckmin, que acabaria derrotado por Lula.

No ano passado, FHC interveio na disputa tucana a favor de Serra. Contrariou Aécio, que tinha sentimentos contraditórios. Ora achava que poderia ser candidato contra Dilma Rousseff. Ora julgava melhor aguardar um pouco mais. Serra liderava em todas as pesquisas. Ele considerava que seria sua melhor chance de conquistar o Palácio do Planalto. Mas a força de Lula o derrotou novamente. O petista elegeu a sucessora.

FHC acha que a fila andou no PSDB. Não acredita que Serra possa ser o candidato em 2014. Avalia que a vez é de Aécio. O diagnóstico do ex-presidente é o mesmo de quase todas as principais lideranças tucanas, com exceção de Serra e de Alckmin, agora reinstalado no governo paulista.

Com a briga Serra-Aécio, alckmistas apostam que o governador de São Paulo poderá ser uma opção concreta para concorrer ao Palácio do Planalto pela segunda vez. É essa esperança, digamos assim, que fez Alckmin dar a Serra algum gás para obter a presidência do Conselho Político da legenda — uma ficção na estrutura partidária do PSDB.

O resultado da recente convenção tucana é inegável: Aécio foi o grande vencedor. Contra a vontade de Serra, o senador mineiro patrocinou a reeleição de Sérgio Guerra para presidir o PSDB. Não abriu mão de entregar a Tasso a presidência do ITV (Instituto Teotônio Vilela), fundação ligada ao partido que fora rejeitada por Serra meses atrás. Manteve o fiel aliado, o deputado federal Rodrigo de Castro (MG), no segundo posto mais importante do partido, a secretaria-geral.

Aliados de Aécio dizem que era a hora de assumir o controle do PSDB. Deixar essa articulação para 2014 equivaleria a fortalecer a pretensão presidencial de Serra. O resultado da convenção e as avaliações feitas por FHC a tucanos em geral não deixam dúvida: Aécio venceu o combate no PSDB e deverá ser o candidato a presidente do partido em 2014.

_

Vermelho & Kennedy Allencar

COMENTÁRIOS