Luis Soares
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Política 02/Mai/2011 às 15:04 COMENTÁRIOS
Política

Morte de Bin Laden não encerra guerra no Afeganistão

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 02 Mai, 2011 às 15h04
Povo afegão deve continuar sofrendo com guerra dos EUA
O secretário-geral da Otan (Aliança Militar agressiva dos países ocidentais), Anders Fogh Rasmussen, declarou nesta segunda-feira (2) que apesar do assassinato do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, a organização vai continuar guerreando no Afeganistão.
“Enquanto o terrorismo continuar representando uma ameaça direta à nossa segurança e à estabilidade internacional, a cooperação internacional continuará sendo fundamental e a Otan estará no coração dela”, afirmou Rasmussem.

O secretário lembrou ainda que a Otan considerou os atentados de 11 de setembro como um ataque contra todos os aliados.

A morte de Bin Laden em uma operação americana no Paquistão é um “êxito significativo para a segurança dos aliados e de todas as nações que se uniram a nossos esforços no combate contra o terrorismo global”, afirma o secretário-geral em um comunicado.

Reafirmando a continuidade da guerra na região, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que a “Al-Qaeda não pode acabar nem derrotar” seu país. Assim como o presidente americano Barack Obama, Hillary afirmou que com a morte de Osama bin Laden “foi feita a justiça”.

“Isso é um marco na luta contra o terrorismo, mas a batalha contra a Al-Qaeda continua e não termina com a morte de Bin Laden”, destacou Hillary.

Sem desculpas

Já o governo do Irã afirmou hoje que a morte do líder extremista acabava com “qualquer desculpa” para os EUA e seus aliados manterem forças no Oriente Médio. “Os EUA e seus aliados não têm mais desculpa para enviar forças ao Oriente Médio sob o pretexto de combater o terrorismo”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, segundo o site da emissora local Press TV.

Mehmanparast disse que o Irã espera que a notícia ajude a “estabelecer a paz e a segurança na região”, ressaltando que o governo de Teerã “condena fortemente o terrorismo em todo o mundo”. As informações são da Dow Jones.

Guerra no Afeganistão

Em 2001, empossado como presidente dos Estados Unidos, o republicano conservador, George W. Bush, filho do ex-presidente George Bush, colocou em prática uma política externa que visava a reafirmar o imperialismo norte-americano frente ao mundo, sob o pretexto da “luta contra o terrorismo”.

Nesse mesmo ano, em 11 de setembro, nos Estados Unidos, as Torres Gêmeas (World Trade Center) e o Pentágono foram alvo de atentados. Nesse momento, a busca quase que interminável pelo suposto autor dos atentados – Osama bin Laden – se iniciou. Os Estados Unidos trataram de empenhar sua mais moderna tecnologia e o mais completo efetivo militar para rastrear o terreno montanhoso do Afeganistão em busca do líder da Al-Qaeda.

Os fatos ocorridos após o atentado vêm sendo acompanhados pelo mundo inteiro ao longo da última década. Nesse período, os Estados Unidos declararam guerra não só ao líder Bin Laden como, principalmente, a toda a população afegã – onde, segundo o governo norte-americano, a rede Al-Qaeda se encarregava de treinar terroristas.

Em outubro de 2001, os Estados Unidos e o Reino Unido iniciaram a caça a Bin Laden e a guerra com o objetivo de derrubar o Talibã, movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo no Afeganistão, a partir de 1994, e que efetivamente governou o país entre 1996 e 2001, ano em que foi derrotado pelas forças norte-americanas.

O governo americano colocou no poder um aliado com a dita “incumbência de reconstruir a nação e instaurar a democracia”, em uma região marcada pela diversidade étnica e religiosa.

Atualmente, cerca de 140 mil soldados estão no Afeganistão, apesar do crescente temor entre os europeus sobre essa guerra lançada pelos EUA para combater a rede Al-Qaeda e o Talibã, após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Mesmo tendo conquistado o Nobel da Paz em 2009, Barack Obama, anunciou o envio de 30 mil soldados adicionais ao Afeganistão, a partir do início de 2010. A decisão provocou reações de pessoas e autoridades de todo o mundo, questionando a promessa de campanha de retirar as tropas do país durante seu governo.

Desde os atentados em 11 de setembro, Bin Laden era o líder mais procurado pelas forças americanas. A recompensa para informações que levassem ao seu paradeiro era de 25 milhões de dólares.

Vermelho & Agências

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